Presidente do Burundi diz que “homossexuais devem ser apedrejados até à morte”

O Presidente do Burundi, Évariste Ndayishimiye, declarou hoje que o casamento “entre pessoas do mesmo sexo é uma prática abominável” e os casais homossexuais devem ser “apedrejados até à morte”, porque “escolheram o diabo” e atraem a “maldição” de Deus.

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O chefe de Estado deste país conservador, onde as relações entre pessoas do mesmo sexo são puníveis com penas de prisão até dois anos, fez estas declarações numa conferência pública na província oriental de Cankuzo, transmitida pela rádio e pela televisão, enquanto respondia a perguntas da imprensa e do público.

“Pessoalmente, acho que se virmos pessoas assim no Burundi, devíamos pô-las num estádio e apedrejá-las até à morte. E não seria um pecado para quem o fizesse”, declarou o Presidente, que já tinha apelado este ano à “proibição” dos homossexuais e ao seu “tratamento como párias”.

O Presidente criticou também os países ocidentais, que manifestam regularmente a sua oposição às violações dos direitos da comunidade LGBTQ+.

“Quem escolheu o diabo deve ir viver para esses países [ocidentais]. Aliás, creio que aqueles que se exilam nesses países vão para lá para adotar essas práticas (…) Que nunca mais voltem”, referiu.

O Código Penal do Burundi pune as relações homossexuais com multas e penas de prisão que vão de três meses a dois anos.

Em março, 24 pessoas foram acusadas de “práticas homossexuais ou de incitamento a práticas homossexuais” e foram presas. Sete delas foram condenadas, cinco a dois anos de prisão e duas a um ano de prisão.

Na África Oriental, como em muitos outros países do continente, as pessoas LGBTQ+ são estigmatizadas e discriminadas em sociedades conservadoras, predominantemente cristãs ou muçulmanas, onde a homossexualidade é tabu.

No Uganda, outro país da África Oriental, uma lei aprovada pelo parlamento em maio, que reprime severamente as práticas homossexuais e a “promoção da homossexualidade”, suscitou uma forte condenação ocidental e sanções por parte dos Estados Unidos.

 

NYC // ANP

By Impala News / Lusa

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