Portugal deve desconfiar é de “quem nunca trabalhou ou só trabalhou na política”

O líder do CDS-PP defendeu hoje que os portugueses devem desconfiar “é de quem nunca trabalhou ou só trabalhou na política”, criticando os partidos que andaram “a vasculhar dados pessoais de um adversário político”.

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Num comício na Escola Secundária de Paredes (distrito do Porto, o também ministro da Defesa e parceiro de coligação do PSD defendeu que, nos últimos dias de pré-campanha eleitoral, “a novidade é que Luís Montenegro trabalhou”, referindo-se à polémica relacionada com a empresa Spinumviva, que esteve na origem das eleições antecipadas de 18 de maio.

“Meu caro Luís Montenegro, eu quero começar por dizer que tu trabalhaste e ainda bem, Portugal deve mesmo desconfiar é de quem não trabalhou ou de quem nunca trabalhou noutra coisa que não fosse na política”, afirmou.

Nuno Melo disse que já tinha antecipado que esta campanha para as legislativas antecipadas “ia ser durinha”, mas confessou que não achava “que pudesse descer tanto”.

“Começou-se a descer durante 40 dias de apoucamento, de difamações, de cartazes absolutamente miseráveis espalhados pelo país. A coisa piorou no debate que o Luís Montenegro teve com o Pedro Nuno Santos e que o Luís Montenegro venceu e venceu claramente pelo exemplo e pela liderança”, afirmou.

Depois de uma falha de microfone, o líder do CDS-PP referiu-se em concreto à polémica que envolve a divulgação pelo jornal Expresso da nova declaração de interesses que o primeiro-ministro submeteu junto da Entidade para a Transparência na qual acrescentou sete novas empresas para as quais trabalhou na Spinumviva.

Sobre este ponto, Nuno Melo disse criticou que, 50 anos depois do 25 de Abril, “deputados de um partido fundador do regime” se permitam “vasculhar dados pessoais de um adversário político”, disse, numa aparente alusão ao PS, depois de o deputado Pedro Delgado Alves ter confirmado ter acedido às informações, mas negando tê-la partilhado com qualquer pessoa externa ao Grupo de Trabalho de Registo de Interesses.

“50 anos depois do 25 de abril devemos dizer que nestas eleições a nossa luta continua a ser pela liberdade, continua a ser pela decência”, afirmou Nuno Melo.

Na sequência da divulgação deste novos dados, o deputado do PSD Hugo Carneiro pediu ao Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento que peça à Entidade para a Transparência os registos de quem acedeu aos dados sobre o primeiro-ministro, de forma a descobrir quem partilhou a informação com a imprensa, o que lhe tem motivado fortes críticas da oposição e até do Sindicato dos Jornalistas.

SMA // JPS

By Impala News / Lusa

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