PM de Israel quer deportar eritreus envolvidos em confrontos em Telavive

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu hoje a deportação imediata dos migrantes eritreus envolvidos em confrontos violentos em Telavive no sábado.

PM de Israel quer deportar eritreus envolvidos em confrontos em Telavive

“Queremos tomar medidas duras contra os desordeiros, incluindo a expulsão imediata daqueles que participaram”, disse Netanyahu numa reunião ministerial extraordinária convocada para abordar a violência.

Cerca de 140 pessoas ficaram feridas, 15 das quais com gravidade, durante os confrontos entre a polícia israelita e os requerentes de asilo eritreus que se manifestavam em Telavive, num evento organizado pela embaixada da Eritreia, segundo fontes médicas citadas pela EFE.

Segundo a polícia israelita, 30 agentes ficaram feridos nos confrontos e pelo menos três manifestantes foram baleados pela polícia com balas reais.

Na sua intervenção inicial, Netanyahu acrescentou que esta reunião pretende “preparar um plano completo e atualizado para repatriar todos os infiltrados ilegais no Estado de Israel”.

Estima-se que cerca de 30.000 migrantes africanos vivam em Israel, principalmente oriundos do Sudão e da Eritreia. Israel reconhece poucos como refugiados e considera-os, na maioria, migrantes económicos.

O país tem tentado uma variedade de táticas para os forçar a sair, incluindo através do envio para uma prisão remota, retenção de parte dos salários ou pagamentos em dinheiro para os que aceitem mudar-se para outro país africano, segundo a Associated Press (AP).

Protestos violentos como este têm-se repetido em todo o mundo numa altura em que a Eritreia, um dos países mais repressivos do mundo, assinala os seus 30 anos de independência com festivais organizados pela diáspora eritreia na Europa e na América do Norte.

No início deste ano, a Eritreia apelidou de “escumalha de asilo” os manifestantes anti-governamentais que protestavam contra estes eventos.

Os eritreus constituem a maioria dos mais de 30 mil requerentes de asilo africanos em Israel. Alegam que fugiram do perigo e da perseguição de um país conhecido como a “Coreia do Norte de África”, com o recrutamento militar forçado durante toda a vida em condições de escravatura.

O Presidente Isaias Afwerki, 77 anos, dirige a Eritreia desde 1993, tendo assumido o poder após o país ter conquistado a independência da Etiópia numa longa guerra de guerrilha.

Esta nação no Corno de África tem um dos piores registos de Direitos Humanos do mundo e os requerentes de asilo temem a morte se regressarem.

JO (FC) // FPA

By Impala News / Lusa

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