Pedro Nuno defende que não se “pode parar avanço” do TGV após ouvir críticas sobre traçado

O secretário-geral socialista defendeu hoje que a ferrovia é o futuro e não se pode “parar esse avanço”, depois de ter ouvido críticas sobre o impacto que o traçado da linha do TGV irá ter para as populações locais.

Pedro Nuno defende que não se

Pedro Nuno Santos visitou esta tarde umas obras de construção de novas habitações, financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na união de freguesias de Amoreira da Gândara, Paredes do Bairro e Ancas, no concelho de Anadia, distrito de Aveiro.

Logo à entrada, Pedro Nuno Santos foi interpelado por Lurdes Santos, secretária da junta desta união de freguesias – que pertence ao PSD, tal como a Câmara Municipal local -, que lhe referiu que, do topo dos prédios em construção, se pode ver umas vinhas por onde vai passar o traçado da nova linha ferroviária de alta de velocidade.

“Estamos a cem metros. É uma destruição de património muito grande, é um grande prejuízo para a população”, criticou, defendendo que é preciso “repensar bem as condições” para o desenvolvimento da alta velocidade.

“Nós sabemos isso. Isso aconteceu quando fizemos a autoestrada, acontece quando se fazem investimentos e a ferrovia é o futuro e nós não podemos parar esse avanço que é muito importante”, respondeu Pedro Nuno Santos, que se disse disponível para colaborar com o município.

Lurdes Santos insistiu que o atual traçado “é muito chato” e “traumatizante” para quem está “com as suas terras e casas em risco”, mas Pedro Nuno Santos defendeu que é preciso “fazer esse esforço”.

“É o que acontece sempre quando se fazem grandes obras públicas. Quando se fez a autoestrada aconteceu o mesmo, e de facto nós temos de avançar: a ferrovia é o futuro, não é o passado”, referiu, antes de salientar que o intuito da visita era mostrar as habitações que estão a ser feitas na freguesia, para ouvir a secretária a defender que só estão a ser construídas “graças à Câmara Municipal”.

“Não. O programa foi desenhado por nós, é financiado e pago por nós, e é um trabalho que foi feito pelas autarquias”, respondeu, acrescentando que esta visita é importante porque “é uma autarquia que não é do PS, mas que vai fazer esta obra com um programa que foi desenhado pelo Governo do PS”.

À Lusa, Lurdes Santos disse que não ficou satisfeita com as respostas do secretário-geral do PS, salientando que é “muito fácil desconversar e empurrar para o lado”, e criticou o valor das indemnizações que estão a ser dadas pelas expropriações dos terrenos, considerando que não permitem aos habitantes adquirir novas casas ao preço atual do mercado.

A secretária da união de freguesias manifestou-se ainda contra o TGV, por achar que, “financeiramente e economicamente, o custo não supera o benefício”.

O TGV “não serve as populações aqui na zona – está a servir Lisboa e o Porto -, acho que recuperando o que há, seria mais fácil e vantajoso, até porque com as greves que eles têm nos comboios, continuamos a ter linha, mas não quem a opere”, frisou.

Num parque infantil adjacente às obras que Pedro Nuno Santos visitou, e visível a partir dos andares superiores dos edifícios em construção, havia vários cartazes pendurados em que se podia ler “não ao TGV”, “não à destruição das vinhas” ou “não à destruição da lagoa do paul”.

TA // JPS

By Impala News / Lusa

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