Paulo Raimundo defende rápida clarificação no caso da Madeira

O secretário-geral do PCP manifestou-se hoje convicto de que o Ministério Público é o primeiro interessado em esclarecer “nebulosas” em torno de casos judiciais como o da Madeira e defendeu a sua rápida clarificação.

Paulo Raimundo defende rápida clarificação no caso da Madeira

“Tudo o está em investigação que seja rapidamente investigado para acabar de uma vez por todas com as nebulosas. Não estou a fazer julgamentos antecipados, é que prossiga até ao fim rapidamente – dentro do tempo da justiça que é um tempo diferente do nosso – mas que se vá até ao fim e se esclareça. Se há culpados ou não há culpados, que não se cometam injustiças, nem que fique nenhuma nebulosa no ar”, defendeu Paulo Raimundo, à margem de um encontro com trabalhadores da cultura no Porto.

O dirigente comunista reagia à decisão judicial de libertar o ex-presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado e os empresários da construção civil Avelino Farinha e Custódio Correia, anunciada na quarta-feira e à absolvição, conhecida hoje, do ex-secretário de estado de António Costa, Miguel Alves, que estava acusado de prevaricação.

O secretário-geral do PCP afirmou-se “preocupado com a justiça” e com a perceção que disse que as pessoas têm de que “há uma justiça para uns e uma justiça para outros”.

“A ideia que tenho é que o próprio Ministério Público, e estou convencido disso, é o primeiro e o mais interessado que não haja uma perceção errada da justiça”, afirmou.

Para Paulo Raimundo, se por um lado existem processos em curso que afetam pessoas conhecidas e isto dá uma ideia de que a justiça é igual para todos, por outro, “o desfecho desses processos” faz esta ideia “voltar outra vez atrás”.

“Há aqui a perceção que há uma justiça para uns e uma justiça para outros”, disse, sublinhando que “a pior coisa que pode acontecer” é que as pessoas percam a confiança em pilares da democracia, como é a justiça.

O ex-autarca do Funchal Pedro Calado (PSD), que, entretanto renunciou ao cargo, e os empresários Avelino Farinha (líder do grupo de construção AFA) e Custódio Correia (principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia) foram detidos há três semanas no âmbito da investigação a suspeitas de corrupção na Madeira e ficaram na quarta-feira em liberdade, sob termo de identidade e residência.

A Polícia Judiciária (PJ) realizou nesse dia cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Entre os contratos alvo de investigação criminal, indicam documentos judiciais, estão a concessão de serviço público de transporte rodoviário de passageiros na ilha da Madeira, a concessão do Teleférico do Curral das Freiras, o projeto da requalificação da Praia Formosa e o Funchal Jazz 2022-2023.

O presidente do Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e acabou por renunciar ao cargo, o que implicou a demissão do executivo.

VSYM (AMB/RCP/FAC/JGO)// SF

By Impala News / Lusa

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