Paulo Guedes, economista de Bolsonaro, investigado por suspeita de fraude

O Ministério Público Federal brasileiro anunciou hoje que está a investigar o economista Paulo Guedes, próximo de Jair Bolsonaro, sob suspeita de associação a executivos ligados ao PT e ao MDB para prática de negócios fraudulentos com fundos estatais.

Paulo Guedes, economista  de Bolsonaro, investigado por suspeita de fraude

Uma investigação criminal, instaurada no dia 02 deste mês, procura apurar se o economista cometeu os crimes de gestão fraudulenta ou temerária. Em seis anos, ele terá captado cerca de 232 milhões de euros a essas entidades, segundo o jornal Folha de São Paulo.

Paulo Guedes é o nome escolhido para assumir o Ministério da Economia num eventual Governo de Bolsonaro, o candidato da extrema-direita e que foi o mais votado na primeira volta das eleições presidenciais brasileiras de 07 de outubro, disputando a segunda volta com Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT).

O economista é um dos fundadores do Banco Pactual, um banco de investimento brasileiro, e também um dos fundadores e sócio maioritário do grupo BR investimentos, que faz parte da empresa Bozano Investimentos.

A investigação passa ainda por uma suposta emissão e negociação de títulos sem garantias, e por obter e investir recursos de sete fundos.

Entre as entidades alegadamente envolvidas estão o Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Fundo de pensão brasileiro que gere a previdência complementar dos funcionários da Caixa) e Postalis (Correios), além do BNDESPar — braço de investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social).

As transações começaram em 2009 com executivos indicados pelos dois partidos adversários na corrida presidencial contra Bolsonaro, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), os quais são investigados atualmente por desvio de recursos dos fundos.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há “relevantes indícios de que, entre fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores ou gestores dos fundos de pensão e da sociedade por ações BNDESPar” se juntaram em consórcio “com o empresário Paulo Roberto Nunes Guedes, controlador do Grupo HSM”.

A intenção, segundo o MPF, seria a de cometer “crimes de gestão fraudulenta de instituições financeiras e emissão e negociação de títulos imobiliários sem garantias”.

Conforme os documentos da investigação, a BR Educacional, a gestora de ativos de Paulo Guedes, lançou em 2009 dois fundos de investimento que receberam, em seis anos, mil milhões de reais, o equivalente a cerca de 232 milhões de euros, provenientes das entidades de seguro social estatais.

Um desses fundos, o Fundo de Investimento em Participações (FIP) BR Educacional, obteve 400 milhões de reais, cerca de 93 milhões de euros, entre 2009 e 2013 para projetos educacionais. A suspeita é que o negócio tenha sido aprovado sem análise adequada e gerado ganhos excessivos para o economista.

“Tanto a gestora do FIP quanto a empresa investida possuem em comum a participação de um mesmo sócio, a saber, Paulo Guedes”, diz o relatório da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar).

Na portaria que instaurou a investigação, a Procuradoria pediu à Polícia Federal que abra um inquérito sobre o caso. Pediu ainda investigações na CGU (Controladoria-Geral da União), no TCU (Tribunal de Contas da União) e na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

O MPF fixou o prazo de dez dias para que os fundos de pensão apresentem cópias dos documentos que alicerçaram o investimento nos fundos criados por Paulo Guedes.

No caso de um Governo liderado por Jair Bolsonaro, o economista Paulo Guedes defende a privatização de empresas estatais para reduzir parte da dívida pública brasileira.

 

 

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