Parlamento israelita rejeita por larga maioria “reconhecimento unilateral” do Estado palestiniano

O parlamento de Israel aprovou hoje por larga maioria uma declaração que critica o “reconhecimento unilateral” do Estado palestiniano, em consonância com o apelo emitido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e numa antecipação a possíveis decisões de responsáveis internacionais.

Parlamento israelita rejeita por larga maioria

Na votação, 99 dos 120 deputados do Knesset (parlamento) alinharam com as teses defendidas por Netanyahu.

“O Knesset votou hoje por ampla maioria contra as tentativas de impor o estabelecimento de um Estado palestiniano”, indicou o primeiro-ministro israelita no final da sessão parlamentar.

“Israel rejeita rotundamente os ditames internacionais sobre um acordo permanente com os palestinianos. O acordo, caso seja alcançado, apenas se concretizará mediante negociações diretas entre as partes, sem condições prévias”, indica o texto aprovado e que foi saudado por Netanyahu.

O Governo já tinha aprovado esta declaração no passado domingo, e no texto apenas se admite o reconhecimento da Palestina no caso de negociações diretas entre as partes. No entanto, a guerra na Faixa de Gaza reabriu o debate sobre este tema crucial, incluindo nos Estados Unidos, o principal aliado de Israel.

O líder da oposição, Yair Lapid, também apoiou a declaração, e na sua intervenção no Knesset excluiu que Washington adote uma posição unilateral, indicou o diário Times of Israel.

De acordo com o jornal The Washington Post, que cita responsáveis norte-americanos e árabes, a Casa Branca (presidência norte-americana) tem previsto anunciar, no âmbito de uma eventual trégua na Faixa de Gaza que possa incluir a libertação de reféns israelitas, uma proposta para a criação de um Estado palestiniano.

A decisão do Knesset coincidiu com a divulgação de uma sondagem do Instituto para a Democracia em Israel (IDI), que demonstra um aumento do apoio a uma solução diplomática na guerra em Gaza.

Um grande número de entrevistados respondeu positivamente à pergunta “Apoiaria ou opor-se-ia ao fim da guerra em Gaza que inclua a libertação de reféns, tranquilidade militar a longo prazo” com a garantia dos Estados Unidos, a paz com a Arábia Saudita, a libertação de presos palestinianos e o estabelecimento, a longo prazo, de um Estado palestiniano desmilitarizado.

Entre os árabes (palestinianos) israelitas, uma ampla maioria de 77% mostrou-se favorável, com apenas 9% a manifestar oposição. Entre os judeus israelitas, 55% revelou um certo grau de oposição, enquanto as opiniões a favor aumentaram de 29% para 37%.

Em paralelo, as Forças Armadas israelitas prosseguem os ataques por terra e ar em várias regiões da Faixa de Gaza e anunciaram uma “operação seletiva” no bairro de Zaytun, na cidade de Gaza, onde assegura que matou dezenas de combatentes palestinianos em combates “corpo a corpo” e ataques aéreos.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro.

PCR // SCA

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS