PAN quer suspensão de explorações de lítio

A porta-voz do PAN exigiu hoje a suspensão das explorações de lítio, a revogação do Simplex ambiental e urbanístico e a auscultação das populações, argumentando que o descontentamento reflete-se em votos populistas antidemocráticos.

PAN quer suspensão de explorações de lítio

“Para o PAN, a suspensão [de explorações de lítio] tem de ser o caminho, fazer-se uma nova reavaliação, salvaguardando-se assim os interesses da população, mas também dos danos ambientais que estão aqui em causa”, defendeu Inês Sousa Real.

Para a porta-vos do PAN, as explorações de lítio estão, em alguns casos, a acontecer “em zonas de proteção natural e com elevados valores ecológicos” com particularidade para onde existe “a rota do próprio lobo ibérico”.

Neste sentido, reforçou que “é fundamental suspender os projetos que estão neste momento em curso” e “garantir que a avaliação ambiental passa a considerar não apenas questões económicas, mas também a mitigação da pegada ecológica”.

Inês Sousa Real defendeu que “é fundamental reavaliar” esse “tipo de projetos”, sobretudo onde há “proximidade com as populações”, com “danos ambientais absolutamente irreversíveis”.

“E que não tenhamos uma destruição de valores naturais a reboque de uma pseudotransição energética, ou de uma exploração, que sabemos, muitas das vezes, não respeita aquilo que são critérios e danos ambientais que poderiam e deveriam ser evitados”, apontou.

Nesse sentido, e a avaliar pelos “efeitos cumulativos que estas centrais estão a ter”, o PAN considera “que o Simplex ambiental e o Simplex urbanístico devem ser revogados”.

“Devemos olhar para a legislação e perceber que esta legislação não pode estar a ser feita à medida dos interesses económicos destas centrais fotovoltaicas, mas sim, do interesse económico das populações, no seu desenvolvimento, no seu crescimento, porque até há uma dimensão turística que, muitas vezes, é posta em causa com este tipo de projetos”, justificou.

Com isto, apontou que “há um aspeto fundamental, as populações não têm sido ouvidas nestes processos como deveriam de ser”, por um lado, porque os tempos para a consulta pública têm sido “demasiado curtos”.

“Por outro, sabemos também que a participação cidadã não tem sido auscultada o que, de alguma forma, gera uma frustração na população e até um descontentamento que, sabemos, está a ter o seu retorno que é o voto em forças populistas antidemocráticas e se queremos repor a democracia e repor os valores de participação cidadã isto passa por ouvir as populações, quando dizem não a este tipo de projetos”, considerou.

Inês Sousa Real, antes de reunir com a direção dos Bombeiros Voluntários de Viseu, assumiu ainda aos jornalistas que “o regresso de um grupo parlamentar do PAN à Assembleia da República [que implica a eleição de dois deputados] permite” ter “mais força para as causas” que defendem.

IYN // ACL

Lusa/Fim

By Impala News / Lusa

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