ONU saúda decisão do FMI que desbloqueia 80 mil milhões de dólares para países pobres

O secretário-geral das Nações Unidas elogiou hoje a decisão do FMI de permitir a alocação, pelos Estados membros, dos Direitos Especiais de Saque, afirmando que pode desbloquear 80 mil milhões de dólares em ajuda ao desenvolvimento.

ONU saúda decisão do FMI que desbloqueia 80 mil milhões de dólares para países pobres

“Esta é uma etapa importante e inovadora para a expansão do financiamento para o desenvolvimento sustentável”, comentou António Guterres, citado num comunicado de imprensa hoje divulgado pela ONU sobre a decisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de permitir a utilização deste capital, conhecido pela sigla inglesa SDR.

Em causa está a possibilidade de os bancos vocacionados para financiar o desenvolvimento poderem receber dos Estados membros do FMI as verbas que não estão a ser usadas desde a alocação de 650 mil milhões de dólares, cerca de 597 mil milhões de euros, feita no seguimento da pandemia da covid-19, que poderão agora transformar-se em até 80 mil milhões de dólares, ou 73,5 mil milhões de euros, segundo a ONU.

Estas verbas, que resultam de uma alocação de ‘novo capital’ do FMI que foi distribuído pelos países membros do fundo consoante a sua quota, acabaram por beneficiar os países mais ricos, já que têm uma quota maior no Fundo.

O que a administração do FMI agora decidiu é que, do ponto de vista contabilístico, essas verbas possam ser canalizadas para bancos de desenvolvimento ou outros detentores prescritos de SDR e, ao mesmo tempo, manterem-se contabilizadas nas contas desses países.

“Este tipo de capital é um recurso financeiro com maturidade perpétua que possui características tanto de capital, como de dívida”, explica-se no comunicado da ONU, que dá conta que a iniciativa do FMI “pode desbloquear imediatamente até 80 mil milhões de dólares em recursos extremamente necessários para os países em desenvolvimento, incluindo ajuda para enfrentar a crise climática”.

No comunicado, Guterres apela aos países que não estão a usar esses SDR para os redirecionarem para bancos multilaterais de desenvolvimento, que os vão comprar e depois alavancar no mercado financeiro para aumentar os empréstimos concessionais aos Estados mais pobres.

MBA // MLL

By Impala News / Lusa

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