Novo autarca de Maputo começa mandato prometendo “combate implacável” à corrupção

O novo autarca da cidade Maputo, Razaque Manhique, eleito pelo partido no poder, a Frelimo, defendeu hoje um combate implacável contra a corrupção, prometendo uma governação inclusiva e virada para o povo nos próximos cinco anos.

Novo autarca de Maputo começa mandato prometendo

“Temos a certeza de que vamos combater a corrupção, ainda que os primeiros a tombarem nesta luta sejam os mais altos dirigentes municipais”, disse Razaque Manhique, momentos após tomar posse como o novo presidente do Município da Cidade de Maputo, eleito nas eleições autárquicas de 11 de outubro passado.

O novo presidente do município de Maputo, que toma posse hoje, vai substituir o ‘veterano’ Eneias Comiche, 84 anos, economista com um longo currículo político e eleito também pela Frelimo, depois de uma disputa em que o seu principal oponente foi Venâncio Mondlane, que liderou a lista da Renamo e que rejeita os resultados eleitorais.

Segundo Razaque Manhique, nos próximos cinco anos, os munícipes vão ser o “centro da sua ação governativa”, uma estratégia que assenta em pilares como no desenvolvimento económico e geração de emprego para os cidadãos.

A gestão sustentável de solos urbanos e a criação de estratégias para travar o problema dos transportes na capital moçambicana também foram apontados pelo novo presidente como prioridade, num modelo de gestão “inclusivo”.

“É preciso que estejamos comprometidos com uma cidade de Maputo próspera para que façamos que se desenvolva”, frisou Razaque.

Razaque Manhique, um jurista de 41 anos, é apontado como uma aposta diferente da Frelimo, que sempre optou por candidatos politicamente mais experientes para a principal autarquia moçambicana.

O novo presidente do município da capital moçambicana vem das “bases” do partido no poder: foi primeiro secretário do comité da Frelimo na Cidade de Maputo, vice-presidente da Assembleia Municipal de Maputo e chefe da bancada da Frelimo naquele organismo.

Em Maputo, no total 71 novos membros da assembleia municipal da capital moçambicana tomaram posse, dos quais 37 são da Frelimo, 30 da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e quatro do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

Um total de 65 novos autarcas e membros das assembleias autárquicas moçambicanas tomaram hoje posse em todo país, na sequência das sextas eleições municipais realizadas em 11 de outubro último.

A Frelimo, partido no poder, vai governar em 60 das 65 autarquias, na sequência dos resultados do escrutínio de outubro, fortemente contestados pela oposição, que não reconheceu os resultados oficiais, e pela sociedade civil.

Desde o anúncio dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), a Renamo, maior partido da oposição, conduziu mais de 50 marchas de contestação, com registo de alguns episódios que culminaram em confrontos entre os simpatizantes do partido e as forças policiais, tendo algumas pessoas chegado a ser detidas e outras feridas.

A Renamo reclama vitória nas maiores cidades do país, incluindo Maputo, com base na contagem paralela através das atas e editais originais, mas foi declarada vencedora em apenas quatro municípios, metade dos que tinha anteriormente, enquanto o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política parlamentar, manteve o município da Beira.

EAC // ANP

By Impala News / Lusa

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