Netanyahu repudia ingerência de líder democrata no Senado dos EUA

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou de ingerência o líder do Partido Democrata no Senado norte-americano, Chuck Schumer, que admitiu a realização de eleições antecipadas em Israel face à perda de apoio da “maioria dos cidadãos”.

Netanyahu repudia ingerência de líder democrata no Senado dos EUA

“Acho que é uma declaração completamente inapropriada”, disse o chefe do executivo israelita à CNN e à Fox News.

“É algo que não devia ter dito e penso que é errado tentar substituir os líderes eleitos de uma democracia irmã e de um aliado firme dos Estados Unidos”, disse Netanyahu, acrescentando: “Não acho que seja correto em nenhum momento, especialmente em tempo de guerra”.

Na quinta-feira, Schumer, considerado o político judeu mais proeminente do Partido Democrata, afirmou que o governo de coligação ultranacionalista de Israel “já não satisfaz as necessidades de Israel depois de 07 de outubro”, data dos ataques do movimento islamita palestiniano Hamas que desencadearam a atual guerra em Gaza, nem tem o apoio da “maioria” dos cidadãos.

“O mundo mudou desde então”, afirmou Schumer, que censurou Netanyahu e os seus parceiros de governo por “uma visão ancorada no passado”.

Na opinião do senador democrata, o primeiro-ministro de Israel está a colocar a sua “sobrevivência política” à frente dos interesses nacionais e é responsável por o apoio internacional a Israel estar “em mínimos históricos”.

No dia seguinte, o Presidente dos EUA, Joe Biden, expressou solidariedade com o líder da maioria no Senado, posição que salientou a divergência entre os dois aliados sobre a guerra em Gaza.

“Ele fez um bom discurso. Acho que expressou sérias preocupações partilhadas não apenas por ele, mas por muitos americanos”, defendeu Biden.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada após o ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro, que resultou na morte de pelo menos 1.160 pessoas, a maioria delas civis, e mais de 240 reféns, segundo as autoridades israelitas.

Israel respondeu com ataques intensos, que já fizeram mais de 31.600 mortos e acima de 73.600 feridos, de acordo com o Hamas, no poder no enclave palestiniano. Perto de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza estão deslocados internamente, a esmagadora maioria em Rafah, na fronteira com o Egípcio, que o exército israelita tem como o próximo alvo.

As Nações Unidas têm alertado para a iminência de fome generalizada no território palestiniano e quase 30 crianças morreram devido a nutrição aguda.

JH (RJP) // CFF

By Impala News / Lusa

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