Nawaz Sharif candidato a quarto mandato nas eleições paquistanesas de 2024

O antigo primeiro-ministro do Paquistão Nawaz Sharif será candidato a um quarto mandato nas eleições previstas para fevereiro de 2024, anunciou hoje o líder do partido que o apoia, a Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N).

Nawaz Sharif candidato a quarto mandato nas eleições paquistanesas de 2024

A decisão anunciada por Shehbaz Sharif ocorre após um tribunal paquistanês ter anulado a condenação por corrupção a Nawaz Sharif , o que abriu caminho à candidatura às eleições legislativas de fevereiro.

“Se Deus todo-poderoso der a Nawaz Sharif uma quarta escolha com a sua infinita graça, haverá uma repetição de 2013-2017 e o Paquistão ficará feliz”, disse o presidente da Liga.

O líder do partido, irmão do antigo primeiro-ministro e ele próprio primeiro-ministro entre abril de 2022 e agosto de 2023, sublinhou que, se Nawaz Sharif vencer as eleições, o país “seguirá na mesma direção de desenvolvimento e prosperidade”, segundo uma mensagem publicada pela PML-N na conta do partido na rede social X (antigo Twitter).

Nawaz Sharif, 73 anos, não conseguiu concluir nenhum dos seus três mandatos anteriores devido à interferência do exército nos assuntos políticos do país.

Nesta fase, não é claro se poderá candidatar-se, uma vez que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) paquistanês lhe impôs uma desqualificação “vitalícia”.

O antigo primeiro-ministro foi destituído em 2017 pelo STJ e condenado um ano depois. A lei paquistanesa proíbe que um condenado se candidate a eleições gerais, embora no início deste ano tenha sido introduzida uma série de alterações à lei eleitoral que limita a desqualificação dos deputados a cinco anos, com efeitos retroativos.

O político foi primeiro-ministro durante nove anos em três mandatos diferentes, embora tenha passado mais de uma década no exílio, desde 1985, devido às suas atividades políticas.

O seu sucessor no cargo e rival político, Imran Khan, foi também destituído pelo parlamento numa moção de desconfiança em 2022 e encontra-se atualmente detido enquanto aguarda a resolução dos julgamentos em curso na justiça.

Entretanto, as autoridades paquistanesas voltaram a deter hoje o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-presidente do partido da oposição Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), Shah Mahmud Qureishi, dias depois de o Supremo Tribunal ter ordenado a libertação sob fiança num processo que envolve também Imran Khan.

Qureishi foi detido por vários agentes no exterior da prisão de Adiala, logo após a sua libertação no âmbito do mesmo processo, relativo à alegada apropriação de um suposto documento classificado dos Estados Unidos, tal como o seu partido denunciou através das suas redes sociais e sem que a polícia tenha feito qualquer declaração até à data.

Assim, um vídeo publicado pelo PTI na conta na rede social Instagram mostra Qureishi a tentar falar com os agentes ainda no interior das instalações prisionais, com um polícia a conseguir levá-lo para a rua e a transferi-lo para um veículo blindado da corporação.

“O que é isto?”, pergunta Qureshi enquanto é levado à força para a viatura, acusando a polícia de ignorar a decisão do Supremo Tribunal e sublinhando que “foi novamente detido num caso falso”. “Representei a nação. Estou inocente e estou a ser atacado sem qualquer motivo, por vingança”, afirmou o dirigente da oposição.

Sexta-feira, o STJ concedeu a liberdade sob fiança a Khan e a Qureishi, após o que a família do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros se deslocou na terça-feira à prisão de Adiala para pagar a fiança de um milhão de rials paquistaneses (cerca de 3.210 euros), enquanto o ex-primeiro-ministro permanece na prisão por outro caso na justiça.

O PTI denunciou na rede social X o que descreveu como uma “detenção vergonhosa”.

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By Impala News / Lusa

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