Não se muda nada votando nos dois partidos que não querem mudar nada

O porta-voz do Livre defendeu hoje que “não se muda nada votando nos dois partidos que não querem mudar nada”, referindo-se a PS e PSD, numa iniciativa na qual também acusou o presidente do Chega de “descaramento”.

Não se muda nada votando nos dois partidos que não querem mudar nada

Rui Tavares falava aos jornalistas a uns metros da embaixada da Rússia, em Lisboa, a propósito de uma ação de campanha para as legislativas do dia 10, na qual foi interrogado sobre como convencer eleitores de círculos do interior a votar no seu partido.

“Não se muda nada votando nos dois partidos que não querem mudar nada. Porque PS e PSD não querem constituir um círculo de compensação nacional”, argumentou, numa altura em que os apelos ao voto útil se multiplicam.

Na ótica de Rui Tavares, que foi hoje acompanhado por uma comitiva de cerca de 40 dirigentes e apoiantes, PS e PSD “têm que ver cada vez mais gente em Portalegre, em Bragança, a dizer que não querem mais viver num sistema diferente dos concidadãos do litoral”, apontando que na Região Autónoma dos Açores já existe um círculo nacional de compensação.

“PS e PSD acham que esse sistema é bom nos Açores e então porque não é na República como um todo? Até porque se a chantagem do voto útil no interior funcionar, significa que vai ficar tudo na mesma e o voto no Livre é o voto na esquerda que não deixa tudo na mesma”, sublinhou.

O deputado único foi ainda questionado sobre uma publicação na rede social ‘X’ (antigo Twitter) citada pelo presidente do Chega, André Ventura, na segunda-feira, da autoria de um membro do Livre que brincava com a possibilidade de anulação de votos.

Esta publicação foi utilizada por Ventura para sustentar a sua teoria da possibilidade de os resultados eleitorais serem desvirtuados.

Tavares trouxe consigo um papel com a publicação em causa para ilustrar que o próprio autor à data, no dia 01 de março, escreveu mais abaixo que se tratava de uma piada, e frisou que o membro não está escalado nem nunca esteve para as contagens nas mesas de voto.

O historiador argumentou que André Ventura “nunca se responsabilizou por coisas ditas, muito mais graves do que estas”, nomeadamente por dirigentes e deputados, ou até “por gente no congresso que afirmou que era fascista e depois vieram dizer que era ironia, quando aparentemente ninguém se riu”.

“E agora com que lata, com que descaramento, vem um farsista acusar outros de estar a pôr em causa o resultado eleitoral quando é a única coisa que ele está a fazer desde o início? E está a fazê-lo segundo uma cartilha que não é original”, acusou.

O deputado único do Livre insistiu na ideia de que o discurso da extrema-direita “tem consequências reais” e apelou aos eleitores para que “rejeitem a política da mentira e do ódio”.

 

ARL // SF

Lusa/Fim

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS