Mortágua recusa “passo atrás” no aborto e promete “melhorar a lei”

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, recusou qualquer passo atrás sobre o aborto e comprometeu-se a “melhorar a lei” e a adaptar os serviços de saúde para que as mulheres possam continuar a escolher livremente.

Mortágua recusa

No discurso no maior comício do BE até ao momento nesta campanha, e que reuniu em Lisboa as principais figuras do partido como os ex-líderes Catarina Martins e Francisco Louçã, a líder bloquista focou-se exclusivamente nas mulheres.

Um dos temas que Mariana Mortágua trouxe ao discurso foi a polémica em torno do aborto que foi trazida pela AD devido a declarações do vice-presidente do CDS, Paulo Núncio, considerando que a “direita perdeu” e “não tem coragem” para mexer na lei, estando “o perigo noutra ameaça”.

“A da repetição do que o PSD e CDS fizeram no último governo, o de Passos Coelho, e foi esse manual de manhas e patranhas que Paulo Núncio veio desenhar: obrigar as mulheres a humilharem-se com assinaturas em ecografias, obrigarem-nas a pagar, olharem para elas como incapazes de decidir por si próprias”, descreveu.

A líder do BE advertiu que “nenhum desses truques passará” e ficou uma promessa deste comício: “a lei será melhorada, os serviços de saúde serão adaptados para aplicar a lei”.

“As mulheres vão continuar a fazer a sua escolha e livremente. Nem um passo atrás, ouçam bem, a lei vai ser completada e nós cá estaremos para cumprir esse compromisso. Ouçam bem aquilo que dizemos”, enfatizou, perante uma reação entusiasmada da plateia.

Mortágua assumiu que não se espantou quando ouviu “o vice-presidente de um dos partidos da AD, falando em nome da AD e repetindo que representava a AD, a proclamar a necessidade de voltar atrás para reverter a lei com um novo referendo”.

“Como se torna evidente, essa direita não desiste da perseguição às mulheres. Virão sempre atrás de nós”, alertou.

A coordenadora do BE não resistiu a questionar os candidatos da AD sobre qual seria “a pergunta nesse fantasioso referendo”.

“Poderia ser: concorda que se volte a aplicar à mulher que aborta a pena de três anos de prisão”, sugeriu.

 

 

JF // SF

Lusa/fim

By Impala News / Lusa

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