Militares passam a ter poderes policiais na reserva yanomami na Amazónia brasileira

O Governo brasileiro autorizou hoje os militares a prenderem invasores e reprimirem delitos comuns na reserva indígena yanomami, a maior reserva brasileira, e que está em situação de emergência devido à entrada de milhares de mineiros.

Militares passam a ter poderes policiais na reserva yanomami na Amazónia brasileira

As funções policiais atribuídas aos membros das Forças Armadas que atuam na terra dos yanomami constam de um decreto oficial que foi publicado no Diário Oficial e é assinado pelo vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, atualmente o Presidente em exercício devido à ausência de Luiz Inácio Lula da Silva.

“As Forças Armadas intensificaram as ações preventivas e repressivas contra os delitos transfronteiriços e ambientais na região através de ações de patrulhamento, busca de pessoas, veículos, embarcações e aeronaves, assim como detenções em flagrante”, segundo um comunicado da Presidência, citado pela agência Efe.

De acordo com a nota, participam atualmente nas missões cerca de 1.200 soldados, apoiados por 17 aeronaves militares, um navio patrulha e cinco lanchas blindadas.

A medida permite que os militares, que até agora só prestavam apoio logístico aos organismos que atuam no território indígena, ampliem a sua atuação para lidar com a emergência sanitária, e passem também a fazer ações policiais na vasta área de 97 mil quilómetros quadrados da Amazónia, que faz fronteira com a Venezuela.

O novo raio de ação dos militares vai incidir especialmente sobre os cerca de 20 mil mineiros ilegais que se estimam ter avançado para as terras dos yanomami desde dezembro do ano passado.

Lula da Silva, que assumiu funções de Presidente em 01 de janeiro, declarou nesse mesmo dia o estado de emergência na reserva, depois de descobrir uma gravíssima situação humanitária e sanitária na região, provocada em parte pelo garimpo ilegal generalizado.

De acordo com números oficiais, pelo menos 99 crianças yanomami morreram no ano passado vítimas de desnutrição, diarreia, malária e pneumonia, doenças que se agravaram com a maior presença dos mineiros.

MBA // LFS

By Impala News / Lusa

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