Mais de 90 mil manifestantes contra Presidente do México

Milhares de manifestantes vestidos de cor-de-rosa marcharam por cidades do México e do estrangeiro, numa “marcha pela democracia” contra o partido no poder do país, no mesmo dia em que Claudia Sheinbaum se inscreveu como candidata do partido

Mais de 90 mil manifestantes contra Presidente do México

Cidade do México, 19 fev 2024 (Lusa) – Milhares de manifestantes vestidos de cor-de-rosa marcharam por cidades do México e do estrangeiro, no domingo, numa “marcha pela democracia” contra o partido no poder do país, antes das eleições de junho.

Mais de 90 mil pessoas manifestaram-se no Zócalo, a principal praça da Cidade do México e onde fica o palácio presidencial, de acordo com dados do Ministério do Interior mexicano, no mesmo dia em que Claudia Sheinbaum se inscreveu como candidata do Morena, o partido no poder.

As manifestações convocadas pelos partidos da oposição mexicana defenderam eleições livres e justas no país latino-americano e protestaram contra a corrupção. Os manifestantes gritavam “tirem López”, empunhando cartazes nos quais de podia ler: “o poder do povo é maior do que as pessoas no poder”.

Sheinbaum é vista, em grande parte, como uma candidata que dá continuidade ao popular Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, de 70 anos, e as sondagens indicam que é a favorita nas eleições de 02 de junho.

Para muitos eleitores, López Obrador tirou do poder os tradicionais partidos da elite em 2018 e representa a classe trabalhadora, mas também tem sido acusado de tomar medidas que põem em perigo a democracia do país.

No ano passado, o líder cortou o financiamento da comissão eleitoral do país, o Instituto Nacional Eleitoral (INE) mexicano, e diminuiu a supervisão dos gastos de campanha.

Medidas que, para o presidente do INE, podem “acabar por envenenar a própria democracia”. A cor da comissão, cor-de-rosa, tem sido usada como símbolo pelos manifestantes.

López Obrador tem atacado jornalistas em conferências de imprensa que duraram horas, bem como o poder judicial do México, ao afirmar que os juízes fazem parte de uma conspiração conservadora contra a sua administração.

Na marcha, entre outros grupos da oposição, estavam a Frente Cívica Nacional, Sim para o México, Poder Cidadão, Sociedade Civil do México, UNE México e Unidos pelo México.

Gabriel Ozuna, de 61 anos, disse que ela e a família vieram do estado de Baja California (noroeste) e que estavam a participar na marcha não só para apoiar a instituição democrática, mas também para protestar contra os ataques dos cartéis de droga aos candidatos, especialmente nas eleições locais.

“Sabemos que a nossa democracia está em perigo. O que queremos fazer é defendê-la e continuar a defendê-la”, disse Ozuna.

Foram organizadas marchas em 100 cidades do país e também em cidades dos Estados Unidos e de Espanha.

López Obrador rejeitou repetidamente os protestos e na sexta-feira disse, aos jornalistas, que os críticos não estão preocupados com a democracia, mas sim em tentar devolver o poder a corruptos.

No final da manifestação de domingo, o líder populista mexicano reiterou que não ia haver fraude eleitoral nas eleições e que não interveio nos processos democráticos.

“É a democracia deles… a democracia dos corruptos. O que nós queremos é que haja democracia do povo. Não queremos o poder sem o povo. São eles que estabelecem uma antidemocracia com a fraude eleitoral”, disse.

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By Impala News / Lusa

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