Mais de 43.000 pessoas deslocadas devido às inundações

Mais de 43 mil pessoas estão deslocadas depois das inundações que devastaram o leste da Líbia na semana passada, sobretudo na cidade de Derna, anunciou hoje a Organização Internacional para as Migrações.

Mais de 43.000 pessoas deslocadas devido às inundações

“De acordo com as últimas estimativas da OIM, 43.059 pessoas foram deslocadas pelas inundações no nordeste da Líbia”, avançou a agência das Nações Unidas no seu último relatório sobre a situação no leste da Líbia.

A passagem no país da tempestade Daniel, na noite de 10 para 11 de setembro, provocou inundações e a destruição de duas barragens criou uma onda de água parecida com um ‘tsunami’, que inundou e destruiu a cidade de Derna.

As autoridades governamentais e agências humanitárias informaram que o número de mortos varia entre cerca de 4.000 e 11.000, com milhares de desaparecidos, além das mais de 43 mil pessoas que tiveram de abandonar as suas casas.

Segundo a organização, “a falta de abastecimento de água terá levado muitos deslocados a deixar Derna e ir para outras cidades do leste e do ocidente”.

As autoridades líbias pediram à população da cidade que deixasse de utilizar a água da rede de distribuição local, justificando o pedido com a contaminação da rede pelas cheias.

A ONU anunciou, no início desta semana, que as suas agências, nomeadamente a Organização Mundial da Saúde (OMS), estão a trabalhar para “prevenir a propagação de doenças e evitar uma segunda crise devastadora na região”, alertando para um risco proveniente de “água contaminada e falta de higiene”.

As necessidades urgentes das pessoas deslocadas incluem “alimentação, água potável, saúde mental e apoio psicossocial”, acrescentou a OIM.

Por outro lado, as redes de comunicações móveis e de Internet foram restauradas em Derna esta madrugada, após uma interrupção de 24 horas, anunciaram as autoridades líbias.

As comunicações foram cortadas na terça-feira e os jornalistas foram convidados a abandonar a cidade, um dia depois de uma manifestação de cidadãos que exigiu a responsabilização das autoridades do leste do país pelo desastre.

As autoridades argumentaram ter acontecido uma “quebra das fibras óticas”, mas segundo analistas, tratou-se de um corte deliberado para impor um “apagão” após a extensa cobertura mediática da manifestação no dia anterior.

Milhares de líbios reuniram-se na segunda-feira na parte de fora da mesquita al-Shabana, em Derna, na primeira manifestação em massa desde as inundações, pedindo uma investigação rápida sobre o desastre e a reconstrução urgente da cidade.

À noite, o antigo autarca da cidade, Abdel-Moneim al-Gaithi, disse que a sua casa foi incendiada por manifestantes.

O Ministério Público líbio abriu no sábado uma investigação sobre a rutura das duas barragens, construídas na década de 1970, e sobre a atribuição de verbas para a sua manutenção.

PMC // APN

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS