Mais de 25 milhões de pessoas enfrentam uma crise humanitária urgente

Mais de 25 milhões de pessoas, incluindo 14 milhões de crianças, enfrentam uma crise humanitária urgente no Sudão, devido ao conflito entre as forças armadas e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), anunciou hoje a ONU.

Mais de 25 milhões de pessoas enfrentam uma crise humanitária urgente

Este alerta foi dado por um grupo de especialistas em Direitos Humanos das Nações Unidas, citados num comunicado à imprensa.

“A assistência a este país é extremamente necessária”, reforçaram os especialistas, salientando que cerca de três milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de desnutrição aguda. 

Este conflito em específico deslocou, aproximadamente, 9,05 milhões de pessoas internamente, segundo a atualização de hoje da ONU, sendo que o número anterior, avançado pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), era de oito milhões. 

O Sudão é a nação do mundo com a maior crise de deslocados, incluindo de crianças (que rondam os quatro milhões), declararam. 

“Mais de 170 escolas em todo o país transformaram-se em abrigos de emergência para pessoas deslocadas internamente”, referiram. 

Segundo os peritos das Nações Unidas, 20 milhões de crianças sudanesas não estão a frequentar a escola e estão expostas ao risco de venda, abuso sexual, exploração, separação familiar, sequestro, tráfico e recrutamento e uso por grupos armados. 

A guerra faz com que as pessoas enfrentem uma grave escassez de alimentos e que não tenham acesso a água potável, assistência médica (70 a 80% dos hospitais estão inoperacionais) e saneamento básico, declararam.

Com estas carências, surgiram surtos de doenças, nomeadamente de cólera. São 10.500 os casos suspeitos no Sudão e 292 mortes estão relacionadas com a doença em 60 localidades, segundo o OCHA.

De acordo com os dados do grupo de especialistas, cerca de 17,7 milhões de sudaneses – 37% da população – enfrentam fome aguda devido ao conflito. 

A escassez de recursos, a ajuda humanitária limitada e a presença militar “aumentam riscos”, incluindo violência direcionada, restrições de movimento e abusos generalizados, nomeadamente a violência sexual, referiram.

Os peritos dos direitos humanos da ONU pediram “a interrupção imediata dos combates, proteção de civis e cumprimento das leis humanitárias e de direitos humanos, incluindo facilitação de ajuda humanitária e responsabilização por violações”.

É urgente que se comecem negociações, nomeadamente de um cessar-fogo, para que o Sudão transite para um Governo civil, concluíram os especialistas. 

A guerra no Sudão eclodiu a 15 de abril de 2023 devido a tensões sobre a reforma do exército e a integração de paramilitares nas forças regulares, durante um processo político para recolocar o país na via da democracia após o golpe de Estado de 2021.

 

NYC // MLL

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS