Lula preocupado com questão de Essequibo diz que América do Sul não precisa de guerra

O Presidente do Brasil afirmou hoje, na Cimeira do Mercosul, que acompanha com preocupação as tensões entre a Venezuela e a Guiana sobre o região do Essequibo e defendeu que a América do Sul não precisa de uma guerra.

Lula preocupado com questão de Essequibo diz que América do Sul não precisa de guerra

“Todos vocês acompanham, conhecem um pouco da história, e nós estamos acompanhando com crescente preocupação o desdobramento relacionado à questão do Essequibo. O Mercosul não pode ficar alheio a essa situação”, afirmou Lula da Silva. 

“Se uma coisa que nós não queremos aqui na América do Sul é guerra, que nós não precisamos é de guerra. Nós não precisamos de conflito. O que nós precisamos é construir a paz, porque somente com muita paz a gente pode desenvolver os nossos países’, acrescentou.

O Presidente brasileiro falava na abertura da Cimeira do Mercado Comum do Sul (Mercosul), no Rio de Janeiro, que também contou com a presença dos Presidentes da Argentina, Alberto Fernandes, do Paraguai, Santiago Peña, e do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, países que compõe o Mercosul, além de outras autoridades regionais.

Lula da Silva destacou que o Brasil não quer que esse tema contamine a retomada do processo de integração regional ou constitua ameaça à paz e à estabilidade na região e pediu que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) intervenham no encaminhamento pacífico dessa questão.

As divergências ressurgiram depois do Governo de Nicolás Maduro ter convocado um referendo para o dia 30 de novembro sobre a possível incorporação do Essequibo no mapa nacional e a concessão da nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da área disputada.

O referendo teve a participação de 10,5 milhões de eleitores venezuelanos, dos quais 95,93% aceitaram incorporar oficialmente Essequibo no país e a concessão de cidadania e de documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem no território. 

Na quarta-feira, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou a criação de um estado na Guiana e a anexação do território de Essequibo, aumentando as tensões na região.

O anúncio foi feito durante um Conselho Federal de Governo (CFG), no qual participaram o Conselho de Estado e o Conselho de Defesa da Nação (CDF), no auditório da Universidade Militar do Exército, no Forte de Tiúna, a principal base militar de Caracas.

A região de Essequibo, que aparecia nos mapas venezuelanos como “zona em reclamação”, está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra.

Com uma extensão de 160 mil quilómetros quadrados e rico em minerais, Essequibo está sob administração da Guiana, com base num documento assinado em Paris, em 1899, que estabelece limites territoriais que a Venezuela não aceita.

Em 2015, a ExxonMobil descobriu várias jazidas petrolíferas no Essequibo.

Entretanto, a Guiana autorizou já oito empresas petrolíferas estrangeiras a explorar jazidas petrolíferas em águas reclamadas pela Venezuela.

 

CYR // MLL

Lusa/Fim

By Impala News / Lusa

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