Líbia: Guterres saúda trégua e pede às partes que cumpram compromisso

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, saudou hoje o cessar-fogo na Líbia após os últimos combates entre grupos armados na capital do país, Tripoli, e apelou às partes para que tomem “medidas urgentes” para manter a trégua.

Líbia: Guterres saúda trégua e pede às partes que cumpram compromisso

“O secretário-geral recorda às partes a sua obrigação de proteger os civis e apela a um diálogo sério e de boa fé para resolver as causas profundas do conflito”, declarou Farhan Haq, porta-voz adjunto de Guterres, citado num comunicado.

O porta-voz considerou “alarmante” a recente escalada observada na capital líbia, que “submeteu bairros densamente povoados a fogo de artilharia pesado”. 

“O secretário-geral está profundamente triste com a morte de pelo menos oito civis nos recentes combates”, acrescentou.

Na mesma nota informativa, o porta-voz adjunto indicou que Guterres afirmou que as Nações Unidas estão dispostas a “oferecer os seus bons ofícios para facilitar um acordo” entre as partes em conflito que permita “uma paz e uma estabilidade duradouras” no país localizado no norte de África.

O anúncio do acordo de cessar-fogo foi feito na quarta-feira após horas de combates entre a Brigada 444 e um grupo alinhado com o governo de unidade nacional, reconhecido pela ONU e liderado pelo primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah, e uma milícia da Força Especial de Dissuasão, liderada por Abdelrauf Kara, que não está ligado às autoridades.

Os confrontos no coração da capital líbia eclodiram na segunda-feira à noite, após a morte do líder do grupo armado SSA (Stability Support Authority), Abdelghani “Gheniwa” el-Kikli, cujo poder se tinha tornado uma ameaça para o chefe do governo de Tripoli, segundo os analistas.

A Líbia, que possui as reservas de petróleo mais importantes no continente africano, é um país imerso num caos político e securitário desde a queda do regime e morte de Muammar Kadhafi em 2011.

O país é liderado por dois governos rivais: um em Tripoli, chefiado por Dbeibah; e outro no leste, controlado pelo marechal Khalifa Haftar.

JSD // SCA  

By Impala News / Lusa

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