Libertados dois marinheiros russos retidos no porto de Maputo

Marinheiros russos, ucranianos e um lituano estavam alegadamente retidos há oito meses no porto da capital Maputo, no interior do navio pesqueiro “Volopas” alvo de uma disputa comercial

Libertados dois marinheiros russos retidos no porto de Maputo

Moscovo, 22 fev 2024 (Lusa) — Dois marinheiros russos que estavam retidos há mais de um mês no porto da capital de Moçambique, Maputo, foram libertados e regressaram na quarta-feira à Rússia, informou a Procuradoria-Geral russa.

“Graças ao trabalho conjunto dos representantes da Procuradoria-Geral da Rússia com os seus homólogos moçambicanos, foi possível devolver os nossos cidadãos à sua terra natal”, disse a instituição, na plataforma de mensagens Telegram.

As autoridades identificaram os marinheiros como Veniamin Krivitsky e Viktor Abusagitov, e explicaram que se tornaram “reféns financeiros” de uma “disputa de propriedade entre duas empresas estrangeiras”, o proprietário do navio e uma empresa moçambicana.

A empresa local reivindicava o pagamento de despesas de manutenção do barco, pelo que se recusava a emitir os documentos que permitiriam a saída dos marinheiros de Moçambique, cujos passaportes foram entregues ao serviço de migração moçambicano.

“A assistência aos marinheiros por parte da Embaixada da Rússia foi complicada pela impossibilidade de aplicar a Convenção do Trabalho Marítimo de 2006, cujas disposições não se aplicam aos navios pesqueiros”, afirmou o ministério russo.

O comunicado não identificou a embarcação nem as empresas envolvidas na disputa.

Em 02 de fevereiro, o embaixador da Rússia em Maputo, Alexandre Surikov, pediu às autoridades moçambicanas que confiscassem o navio pesqueiro “Volopas” e libertassem os marinheiros, alegadamente retidos há oito meses no porto da capital Maputo, considerando a tripulação “vítima de uma disputa puramente comercial”.

No navio pesqueiro “Volopas”, de 53 metros de cumprimento e com bandeira dos Camarões, já sem combustível ou eletricidade, estavam russos, ucranianos e um lituano.

Após meses atracado, sem sair para o mar, os últimos cinco tripulantes cansaram-se e, no final de janeiro, colocaram no casco do navio pesqueiro um cartaz pedindo o regresso a casa.

VQ (LN/PVJ) // CAD

By Impala News / Lusa

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