Líder do CDS-PP aponta “bipolarização” e situação interna como fatores para pior resultado

O presidente do CDS-PP apontou hoje “uma certa bipolarização” e não ter tido “um clima de paz interna” durante a sua liderança como razões que contribuíram para o pior resultado em legislativas, que afastou os centristas do parlamento.

Líder do CDS-PP aponta

O presidente do CDS-PP apontou hoje “uma certa bipolarização” e não ter tido “um clima de paz interna” durante a sua liderança como razões que contribuíram para o pior resultado em legislativas, que afastou os centristas do parlamento. Em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, Francisco Rodrigues dos Santos, que assumiu “todas as responsabilidades” pelo resultado e pediu a demissão, considerou que “para este resultado concorreram múltiplos fatores”.

Por um lado, o CDS foi “o partido mais penalizado por uma certa bipolarização que foi sendo ventilada através das diferentes sondagens, que mais próximo das eleições foram trazidas a lume”, considerou.

Por outro lado, Francisco Rodrigues dos Santos disse ter tido conhecimento “de muitas pessoas que, para não permitir que António Costa vencesse as eleições, tendo um voto de convicção no CDS, acabaram por dá-lo ao PSD”. “E também o facto de o partido não ter beneficiado durante estes dois anos da minha liderança de um clima de paz interna que permitisse concentrar-se na sua verdadeira vocação, que era fazer oposição ao PS”, salientou, indicando que não teve “tréguas dos opositores internos, fosse nas televisões, fosse nos jornais”.

E considerou que as circunstâncias em que liderou o CDS “não foram nada fáceis”, indicando que herdou um “partido falido financeiramente”, que “não pôde investir na sua propaganda, nem em novos instrumentos para afirmação da sua mensagem”.

Questionado se responsabiliza a oposição interna, o presidente disse que “a única pessoa” responsável pelo resultado eleitoral é ele próprio, mas disse saber o que passou durante os dois anos do seu mandato.

O líder centrista defendeu também que “o que falhou” foi o partido não ter tido uma votação suficiente. “Porque se tivéssemos tido votos isto não teria acontecido”, acrescentou.

Francisco Rodrigues dos Santos apontou igualmente que existe hoje “uma concorrência mais apertada à direita, como nunca houve”, numa referência ao Chega, que elegeu 12 deputados, e à Iniciativa Liberal, que elegeu oito. E referiu também a pandemia de covid-19, que não lhe permitiu “fazer das ruas o escritório”, como havia prometido quando foi eleito, além de ter sido “o único líder de um partido com representação parlamentar” que não era deputado, sustentando que isso “dificultou muito” a sua afirmação.

Francisco Rodrigues dos Santos saudou o PS e António Costa “pela vitória eleitoral inequívoca” e agradeceu aos portugueses, em particular “os que confiaram o voto no CDS”, além dos militantes do partido “que não viraram as costas” e “no momento mais difícil da história e nas eleições mais exigentes, verdadeiro teste de vida, souberam estar ao lado do CDS”.

Na ótica de Francisco Rodrigues dos Santos, o resultado das eleições legislativas de domingo, que o PS venceu com maioria absoluta, “é mau em dois sentidos” porque “confirma o caminho do socialismo para Portugal” e porque o partido perdeu representação parlamentar.

 

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