Irão: Teerão tenta relacionar EUA e Israel ao atentado reivindicado pelo Estado Islâmico

As autoridades iranianas tentaram hoje relacionar Israel e os Estados Unidos da América (EUA) ao atentado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que fez 89 mortos, tendo sido divulgada entretanto a detenção de 11 pessoas.

Irão: Teerão tenta relacionar EUA e Israel ao atentado reivindicado pelo Estado Islâmico

“O inimigo vê sempre o poder da República Islâmica. Todo o mundo está a reconhecer esse poder e essa capacidade”, segundo o Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, durante o funeral de alguns dos mortos no ataque perpetrado na quarta-feira, na cidade de Kerman, durante as cerimónias de homenagem ao tenente-general Qassem Soleimani, assassinado em 2020, no Iraque, por ordem do então presidente norte-americano, Donald Trump.

À multidão reunida em frente aos caixões cobertos com bandeiras e que gritava “Morte à América!” e “Morte a Israel!”, Raisi acrescentou: “Tenham certeza, a iniciativa está nas mãos das nossas poderosas forças” e “o local e a hora serão determinados pelas nossas forças.”

Por seu lado, o general Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária iraniana, também procurou relacionar Telavive e Washington aos acontecimentos de quarta-feira.

“Eles só podem agir como agentes e mercenários da política americana e do sionismo. (…) Mas damos-lhes este aviso, onde quer que estejam, iremos encontrá-los. Não poderão evitar o castigo divino, desaparecendo. Se viverem por mil anos, nós vos encontraremos”, disse.

Entretanto, as autoridades iranianas divulgaram a detenção de 11 pessoas no âmbito da investigação ao atentado de Kerman, segundo a agência espanhola EFE.

“Pouco depois do terrível incidente, os soldados anónimos do Imam Mahdi descobriram as primeiras fileiras dos terroristas do EI” e detiveram “11 membros de uma equipa de apoio terrorista em seis províncias”, avançou o canal de televisão iraniano Press TV, citado pela EFE.

As autoridades do Irão também anunciaram que um dos dois bombistas que perpetraram o ataque era do Tajiquistão. A identidade do segundo suicida, que fez detonar um cinto com explosivos, ainda não foi confirmada.

Segundo um comunicado oficial divulgado, a primeira operação aconteceu na noite de quarta-feira e garantiu a detenção “daqueles que transportaram os terroristas para o país”, tendo a “residência utilizada pelos dois terroristas mortos no arredores de Kerman” sido identificada na “manhã seguinte”.

Segundo o vice-ministro do Interior para Segurança e Assuntos Políticos iraniano, Majid Mirahmadi, entre os 89 mortos contabilizados (após algumas revisões do balanço de vítimas) constam 53 mulheres e nove crianças.

Entre os mortos contam-se também 13 pessoas de nacionalidade afegã.

No novo balanço do ataque, atualizado hoje, foram ainda referidos 280 feridos. O anterior balanço das autoridades iranianas indicou 84 mortos, após reverem em baixa as 103 mortes inicialmente comunicadas.

Os responsáveis iranianos tinham referido que muitos dos feridos estavam em condições críticas.

Num comunicado divulgado na quinta-feira através dos seus canais na rede social Telegram, os ‘jihadistas’ do EI reivindicaram o ataque.

PL (CSR) // SCA

By Impala News / Lusa

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