Investimento em Portugal “é obrigatório” para o turismo do Brasil chegar também à Europa – Presidente da Embratur

O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Embratur, defendeu hoje que o investimento do Brasil “em Portugal é obrigatório”, por ser estratégico para o diálogo com a Europa e atração de turismo Europeu.

Investimento em Portugal

Por isso, o escritório conjunto da Embratur, Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -, entidade que tem o objetivo de fomentar o empreendedorismo no Brasil, e Apex – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos -, que, segundo Marcelo Aleixo, deverá ser inaugurado em Lisboa ainda no primeiro semestre deste ano, irá funcionar para toda a Europa.

Neste contexto, a companhia aérea portuguesa TAP também é uma “parceira das mais importantes e estratégicas”, assumiu, “por ser um ‘hub’ [plataforma giratória de voos] de toda Europa”.

Numa entrevista à Lusa na capital portuguesa, onde se encontra para participar na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), o presidente da Embratur sublinhou que todas as regiões do Brasil recebem hoje um voo TAP, tendo sido assinado, na BTL, mais um acordo com a companhia aérea portuguesa.

“Foi um acordo, de sustentabilidade, de troca de dados, de promoção de destino e de possibilidade de ampliação de voos”, afirmou.

“Até o ano de 2025, é difícil que a TAP tenha um novo destino, apesar de desejarmos isso, mas já anunciaram que para o verão europeu deste ano, portanto, daqui a alguns meses, haverá uma ampliação de voos para os destinos que já existem”, frisou Marcelo Aleixo.

Serão “96 voos semanais da TAP para o Brasil já no próximo verão europeu”, resumiu, acrescentado que o número representa um recorde histórico de voos TAP para o seu país.

“Nunca tivemos tantos voos da TAP, o que é muito bom”, congratulou-se, realçando a importância de o acordo acontecer quando o Brasil está a receber um crescente número de turistas portugueses e europeus.

“Chegamos a 182.000 portugueses a visitarem o Brasil por ano, em 2023. E, em 2024, a perspetiva é que a gente chega a 200.000, podendo aumentar”, referiu.

Mas, sublinhou: “não é só os portugueses que a gente quer receber sempre muito bem, a gente tem a Europa inteira (…). Diversos países utilizam a TAP” e “vêm por Portugal visitar o Brasil”.

Perante este facto e uma relação do Brasil com Portugal “muito sólida”, não só por causa da língua, “um investimento em Portugal é um investimento obrigatório” por parte do Governo brasileiro, realçou.

“É bom sempre lembrar que a gente está saindo de uma pandemia de dois anos e, no caso do Brasil, a gente sai de uma pandemia dentro de um Governo anterior, que foi, na nossa opinião, muito desastroso no que diz respeito às relações internacionais e ao turismo”, realçou.

Marcelo Aleixo lembrou que a Embratur tem parcerias com o Governo português e com o Turismo de Portugal, desde abril do ano passado, data da última cimeira luso-brasileira, já com o Governo de Lula da Silva na presidência do Brasil.

A relação entre Brasil e Portugal, que “se intensificou muito” no último ano, e a BTL são, na opinião do responsável do turismo brasileiro, “muito estratégicas” para o diálogo do seu país “com todo o mercado europeu”.

Segundo afirmou, a França é o país europeu “que mais emite turistas para o Brasil”, seguindo-se Portugal, Alemanha e Itália, países que, de 2022 para cá, “vêm aumentando o número de visitantes”, sendo que, em 2023, o crescimento do turismo europeu para o Brasil foi de 23%.

“Esse é um mercado que nos interessa”, afirmou.

A estratégia de comunicação “desse Brasil com S, que não é a do Brasil com Z, do Governo passado”, para conquistar mais turismo visa mostrar que o grande país da América do Sul “não é só sol e praia”, é cultura, gastronomia e natureza, porque é “essa diversidade brasileira que torna o Brasil mais competitivo (…) mais atraente”, acrescentou.

Marcelo Aleixo lembrou que, sendo 2024 ano de Jogos Olímpicos na Europa, em França, há uma estratégia, “uma intenção brasileira muito grande de se fazer presente no mercado europeu”.

“Claro que a gente também trabalha com América Latina e nos Estados Unidos, mas o mercado europeu é muito estratégico esse ano para a gente e Portugal o principal caminho para esse mercado europeu”, concluiu.

*** Ana Tomás Ribeiro (texto), Jorge Godinho (vídeo), José Goulão (fotos), da agência Lusa ***

ATR // MLL

By Impala News / Lusa

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