Independentistas catalães perturbam homenagem a vítimas de atentados terroristas

Manifestantes pró-independência da Catalunha perturbaram uma homenagem institucional às vítimas dos atentados terroristas de 2017 em Barcelona, exigindo verdade ao chefe do executivo espanhol, Pedro Sánchez, que apelou nas redes sociais à união dos espanhóis.

Independentistas catalães perturbam homenagem a vítimas de atentados terroristas

Na cerimónia institucional de homenagem às vítimas dos ataques, organizada hoje à frente do mosaico Miró, nas Ramblas, foi boicotada quando dezenas de apoiantes pró-independência reunidos nas proximidades gritaram “queremos a verdade” e variaram os políticos ali presentes. Sánchez recordou o “ódio e terror” que desolaram as ruas de Barcelona e Cambrils em 2017 ao partilhar hoje nas redes sociais uma mensagem, apelando à união do povo espanhol “pela liberdade e pela coexistência (…) com o objetivo de continuar a construir um futuro de paz”.

“Vergonha”, “Fascistas, vocês são os terroristas” foram alguns dos gritos proferidos pelos manifestantes, que seguravam faixas com slogans como “exigimos explicações” junto da cerimónia em que estavam políticos como o presidente da Generalidade da Catalunha, Pere Aragonès, o presidente do Congresso, Meritxell Batet, os ministros Miquel Iceta e Raquel Sánchez, e a presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau. Os independentistas chegaram a quebrar o minuto de silêncio em homenagem às vítimas, gritando: “Espanha é um Estado assassino, queremos a verdade, hipócritas”.

Ataque reivindicado pelo Estado Islâmico

A ex-presidente do Parlamento e líder do partido independentista JxCAT (Junts per Catalunya), Laura Borràs, abordou um dos grupos do protesto, que a acolheu com uma ovação de pé, encorajando-a a “quebrar o Governo”. Os manifestantes acabaram por cantar “Els Segadors” – o hino nacional da Catalunha – e gritar a favor da independência. “Os assassinos já foram julgados”, ripostaram os familiares aos protestos, ao que os pró-independentistas responderam: “eles vieram cá para matar catalães”.

Em 2017, os ataques reivindicados pelo grupo ‘jihadista’ Estado islâmico (EI) deixaram 140 pessoas feridas e mataram outras 16, quando um carro avançou pela zona pedonal da famosa avenida das Ramblas, no centro de Barcelona. O agressor, de 22 anos, fugiu num carro, depois de matar o condutor, e, algumas horas mais tarde, cinco cúmplices esfaquearam os transeuntes na estância balnear catalã de Cambrils, a cerca de 120 quilómetros a sudoeste de Barcelona, e agrediram uma mulher até à morte. Os seis ‘jihadistas’ acabaram por ser abatidos pela polícia depois dos ataques e em maio de 2021 a justiça espanhola condenou três cúmplices do atentado, com penas que variaram desde os oito aos 53 anos de prisão.

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