IL diz que “estado de graça” de Governo acabou e acusa PSD de “falta de transparência”

O líder da Iniciativa Liberal afirmou hoje que o “estado de graça do Governo” acabou, considerando que o choque fiscal prometido é apenas “um retoque” e acusou o PSD de começar a ter “problemas de transparência e decência”.

IL diz que

“Acabou o estado de graça [do Governo] ao fim de 48 horas porque, de alguma maneira, aquilo que tivemos agora é o Governo, o PSD, a tentar não ser claro relativamente a esta matéria”, afirmou Rui Rocha, em Matosinhos, no distrito do Porto, a participar num evento com liberais europeus dedicado às eleições europeias

Segundo Rui Rocha, que salientou que desde agosto de 2023 que a IL vinha a apontar que o objetivo do PSD em matérias fiscais “era muito pouco”, considerou que o que o programa de Governo prometeu, e que já tinha sido prometido na campanha eleitoral, “não é um choque fiscal, é um retoque fiscal”.

Rui Rocha salientou que questionou o Governo sobre os 1.500 milhões de euros de alívio no IRS referidos pelo primeiro-ministro esta quinta-feira, no início do debate do programa do Governo, e que Luis Montenegro, não esclareceu.

“O primeiro-ministro não quis esclarecer e depois o deputado Bernardo Blanco da IL perguntou ao ministro das Finanças, Miranda Sarmento, com é que era e também não quis responder. O PSD tem aqui uma enorme responsabilidade, quis dizer ao país que fazia um choque fiscal, deixar passar essa imagem, nunca esclarecendo, quando estamos a falar de um retoque fiscal”, apontou.

O presidente dos Liberais comparou ainda o Governo de Montenegro ao Governo de António Costa: “Eu só tenho comparação com esta tentativa de passar uma imagem que não corresponde à realidade com uma outra situação, que aconteceu há uns tempos, que foi quando António Costa quis convencer os pensionistas que lhes estava a fazer um aumento extraordinário quando ao mesmo tempo tentou cortar mil milhões de euros nas pensões”, referiu.

“Infelizmente, logo no princípio da governação da coligação estamos numa situação muito semelhante, não houve esforço nem vontade de esclarecer os portugueses e portanto se não há o esforço nem vontade é porque não se quer ser claro”.

Também à margem do mesmo evento, o ex-líder da IL e cabeça de lista pelo partido às eleições europeias, Cotrim de Figueiredo, não só considerou que o atual Governo deve explicações ao país como já revela problemas de “essência, transparência” e que “já começa a haver problemas de decência”, como deixou um alerta sobre o PS.

“Ouçam mais a IL hoje, já, porque a máquina do propaganda do PS já entrou em campo para tentar dizer que a reforma fiscal que o PSD propõe é apenas um sexto daquela que o PS propunha, dando ideia de que é menor do que a que o PS propunha”, disse.

Concluindo: “Não, é apenas um sétimo daquela que o PS propunha mas é maior, apesar de tudo”.

Em entrevista à RTP esta sexta-feira, o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, defendeu que a redução de IRS prometida pelo Governo é “mais ambiciosa” do que a medida que vigora desde o início de 2024, mas clarificou que rondará os 200 milhões de euros.

Miranda Sarmento clarificou assim que os 1.500 milhões de euros de alívio no IRS referidos pelo primeiro-ministro esta quinta-feira, no início do debate do programa do Governo, não vão somar-se aos cerca de 1.300 milhões de euros de redução do IRS inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor.

JCR // MDR

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS