IL considera direito à greve “intocável” mas admite alterações à legislação laboral

O líder da IL considerou hoje o direito à greve intocável, afirmando que se trata de “um direito dos trabalhadores de lutarem pelos seus objetivos”, mas manifestou-se disponível para discutir alterações à legislação laboral.

IL considera direito à greve

“Não há leis intocáveis. O direito à greve, em si mesmo, é intocável. Obviamente que o direito à greve é um direito dos trabalhadores de lutarem pelos seus objetivos. Em todo o caso, assim como estamos disponíveis para avaliar outras questões do mercado e da legislação laboral, essa [lei] não é intocável por natureza e, portanto, estamos disponíveis para essa discussão”, afirmou Rui Rocha.

O líder da IL falava aos jornalistas após um curto passeio de barco na Póvoa de Varzim, distrito do Porto, e reagia às declarações do presidente do PSD, Luís Montenegro, que considerou existirem “influências políticas, partidárias e eleitorais” que não permitiram evitar a greve da CP e defendeu que pode ser necessário alterar a lei para equilibrar o direito à greve com outros direitos.

Rui Rocha disse não se querer pronunciar sobre estas declarações de Luís Montenegro, por não conhecer o seu teor nem saber a que “influências políticas” se refere, mas reiterou que, para a IL, é necessário “olhar para o mercado de trabalho” e “flexibilizar” as suas regras.

“Isso é também um compromisso da IL e abrangerá, obviamente, todas as questões relacionadas com a legislação laboral”, referiu.

Sobre a greve na CP, Rui Rocha considerou que o setor deve ser liberalizado, referindo que foi o que aconteceu no transporte rodoviário, que é hoje “uma solução que os portugueses procuram cada vez mais, com preços competitivos, frequência do transporte, melhoria de qualidade”.

“Isso passa-se, por exemplo, na ligação entre Porto e Lisboa. Eu próprio sou um lesado da CP. Eu uso comboio nas minhas deslocações entre Lisboa e Braga e, portanto, como utente da CP, eu não estou satisfeito com o serviço, com as interrupções, seja qual for o motivo”, afirmou.

O líder da IL reforçou que a proposta do seu partido sobre esta matéria “é a liberalização do transporte ferroviário”.

“Competição, concorrência, isso é o caminho que temos de seguir e os portugueses podem contar com a IL para insistir nesse caminho, que é aquele que trará, como aconteceu no transporte rodoviário, mais opções, mais soluções, preços mais competitivos, melhor serviço e frequência. É esse o caminho que temos de ter em Portugal”, disse.

TA (SMA) // ACL

By Impala News / Lusa

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