G20 foi oportunidade para CPLP ter voz ativa na agenda internacional

A participação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) nas reuniões dos chefes da diplomacia do G20 foi uma oportunidade para a organização ter uma voz ativa na agenda internacional, considerou o secretário executivo da CPLP.

G20 foi oportunidade para CPLP ter voz ativa na agenda internacional

Em declarações à Lusa, Zacarias da Costa recordou que assim como Portugal e Angola, a CPLP ­participou a convite do Brasil, que preside o G20, tendo sido “um momento importantíssimo” da organização participar “com uma voz ativa no debate e na concertação que ocorre no quadro deste importante grupo de países e de organizações internacionais em torno de questões prioritárias da agenda internacional”.

O Brasil é um dos nove Estados-membros da CPLP, e desde que Lula da Silva assumiu a presidência do país, há pouco mais de um ano, a organização assumiu outra relevância na sua política externa.

Por outro lado, enfatizou, a presença da inédita da CPLP permite dar a conhecer o trabalho que tem sido desenvolvido, demonstrando “a visibilidade que a Organização tem vindo a granjear, precisamente porque desenvolve a sua atividade em torno dos temas em debate, sendo percecionada como um parceiro relevante”.

Sobre a liderança brasileira do grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, um dos membros da CPLP, Zacarias da Costa frisou que a organização “a língua portuguesa, a CPLP enquanto fórum de concertação em Língua Portuguesa, são beneficiadas em termos de projeção e de visibilidade”.

“O crescimento populacional dos nossos Estados-Membros, a sua crescente projeção política regional e internacional, dão maior relevância à Língua Portuguesa”, sublinhou.

Questionado sobre se a presidência brasileira poderia ajudar a que a língua portuguesa se torne oficial nas Nações Unidas, o responsável recordou que “o português é atualmente língua oficial ou de trabalho em mais de 30 organizações internacionais”.

“No caso das Nações Unidas para que tal aconteça, além de uma ação diplomática concertada, será também necessário um investimento financeiro conjunto”, disse.

O Brasil, que assumiu a presidência do G20 a 01 de dezembro de 2023, é o anfitrião do encontro de dois dias que reuniu os máximos responsáveis diplomáticos das 20 maiores economias do mundo.

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, marcou igualmente presença a convite do Brasil, assim como Angola, que se faz representar pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.

As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato à frente do G20 são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.

O Brasil, que exerce a presidência do G20 desde o primeiro dia de dezembro de 2023, convidou Portugal, Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização.

Portugal estará presente em mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho, em nível técnico e ministerial, em cinco regiões brasileiras, culminando a presidência brasileira com a Cimeira de chefes de Estado e de Governo, que será realizada no Rio de Janeiro, em 18 e 19 de novembro.

MIM // CC

By Impala News / Lusa

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