Fretilin confiante em vitória ampla a 21 de maio em Timor-Leste

O secretário-geral da Fretilin manifestou-se confiante que o partido vai aumentar a sua representação parlamentar nas eleições timorenses de 21 de maio, compensando eventuais reduções de votos nos parceiros da atual plataforma do executivo.

Fretilin confiante em vitória ampla a 21 de maio em Timor-Leste

“Nós é que estamos a construir a alternativa. Os [parceiros da plataforma] podem manter ou até diminuir um ou dois, mas nós vamos aumentar muito. A Fretilin vai crescer muito, talvez para 30 ou mais cadeiras”, afirmou Mari Alkatiri em conferência de imprensa em Díli.

Alkatiri referia-se à plataforma que sustenta o atual Governo, que inclui a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), forças políticas que já se comprometeram a manter a aliança depois do voto.

Apesar da Fretilin ser o maior partido no parlamento, o executivo é liderado pelo presidente do PLP, Taur Matan Ruak, situação que não deverá repetir-se se os três partidos conseguirem a maioria no Parlamento.

“A Fretilin tem duas ou três pessoas com capacidade para ser primeiro-ministro. E naturalmente que o primeiro-ministro [do próximo Governo] será da Fretilin. Isto agora não é viabilização, como até aqui. Agora é uma eleição. Cada um vai à procura de votos e quem tiver maior número de votos lidera o Governo”, considerou.

Mari Alkatiri considerou “um ativo” a participação pela primeira vez na campanha da Fretilin do ex-comandante das forças armadas, Lere Anan Timur, que integra a troika política no topo do partido.

“A participação de Lere Anan Timur já é um ativo. Naturalmente não teve tempo de conviver com a realidade política e há certas coisas de que fala, saídas do coração dele, mas que em termos de campanha às vezes devemos evitar”, explicou.

“A campanha não é um movimento em busca de reconciliação. É um movimento em busca de vitória. Depois da votação vamos à reconciliação”, afirmou, escusando-se a elaborar.

O responsável da Fretilin disse não confiar em sondagens publicadas em Timor-Leste que apontam o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), atualmente na oposição, como possível vencedor das legislativas.

“Não confio nas sondagens. Há manipulação dos dados. Eu tenho ido sempre até à base e sei que a Fretilin vai ganhar. Nós também temos as nossas próprias sondagens”, afirmou numa conferência de imprensa da campanha eleitoral que decorre até 18 de maio.

Alkatiri disse que a campanha do partido aposta na promoção do seu programa político para o país, procurando identificar “líderes naturais” nas comunidades que possam trabalhar com a população para avançar o país.

Uma campanha, vincou, assente numa “política de mudança, num programa de mudança profunda para o Estado, para consolidar o Estado de direto democrático, para fortalecer as instituições” do Estado.

O partido, disse, não tem respondido ao que considera ser uma campanha de “ódio e vingança, de falta de ética pública, política e social” que atribui a alguns adversários, sem os identificar, preferindo “trabalhar para servir o povo em vez manipular o povo”.

E aproveitou para insistir na necessidade de mudar as políticas que, considerou, entre 2007 e 2017 (anos de Governos liderados pelo CNRT) “se gastou muito dinheiro, mas os resultados para a vida do povo não mudaram”.

“O povo quer justiça. Justiça política, económica, e social e justiça no sistema judiciário. Todos têm de cumprir a lei, a constituição, que define os direitos do povo. E é nisso que a Fretilin está empenhado, em trabalhar com o povo na busca de uma vida digna”, afirmou.

 

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Lusa/Fim

By Impala News / Lusa

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