Fretilin confiante em apoio a programa centrado no povo

A Fretilin, maior partido no parlamento timorense, está “muito confiante” que vai reforçar a sua posição nas legislativas de 21 de maio, com um programa centrado no povo e a governar para todos.

Fretilin confiante em apoio a programa centrado no povo

“Naturalmente que quem governa, governa todo o povo. E como governa todo o povo deve saber abraçar todos. E esta vai ser de certeza a postura da Fretilin”, disse à Lusa o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, no comício do partido na capital timorense.

“Costumo dizer: mergulhar profundamente no povo, nadar juntamente com o povo, para [garantir] o caminho do desenvolvimento”, vincou.

Alkatiri falava à margem de um comício que juntou milhares de apoiantes que se reuniram no recinto de Tasi Tolu, com filas de apoiantes em motas, carros e camiões, a viajarem de vários pontos da capital, entupindo algumas das principais ruas.

Este foi, até agora, o maior comício partidário da campanha na capital timorense, onde desde a semana passa se concentram as atenções das principais forças políticas concorrentes ao voto de domingo.

Duas horas depois do comício ter começado ainda estavam milhares de pessoas a tentar chegar ao recinto de Tasi Tolu, com um caos no trânsito de acesso à zona ocidental da cidade e vários quilómetros de filas de apoiantes.

“Desta vez fizemos um trabalho de baixo para cima. Fizemos um trabalho de raiz, voltando ao povo e identificando pessoas que estavam de certa forma discriminadas, sem maldade. Desta vez, sabemos que sim”, afirmou Alkatiri reiterando a confiança na vitória.

E questionado entre o que está em jogo, foi claro: a luta está “entre um palco que só sabe insultar e um palco que vem com programas”.

Alkatiri reagiu igualmente a declarações do Presidente da República, José Ramos-Horta, que em entrevista à Lusa disse preferir que “haja um partido que ganhe com a maioria absoluta” no voto de domingo.

“Como amigo, aconselho o Presidente a ponderar mais e a ver exatamente quais são as suas competências e jogar um papel positivo”, disse Alkatiri.

Com DJ e um grupo musical a animar os apoiantes, o comício contou com discursos de alguns dos principais dirigentes da força política, incluindo a ‘troika’ de liderança, formada por Mari Alkatiri, pelo presidente do partido, Francisco Guterres Lú-Olo, e pelo ex-comandante das forças armadas Lere Anan Timur.

Na tribuna de honra estava igualmente L-7, deputado do Partido Libertação Popular (PLP), que chegou a chefiar a bancada e que abandonou o partido para se juntar à Fretilin.

Pelo palco passaram também alguns jovens dirigentes, como Otaviano Viegas, da ala juvenil do partido, que pediu “coragem aos jovens” para apoiar a Fretilin, partido, disse, que “apoia os jovens, porque os jovens são o futuro” do país.

Palavras ecoadas por Natalino Guterres, que rejeitou as críticas daqueles que dizem que a Fretilin “tem que ir para o museu”, afirmando que o partido é uma força história, “mas sustentável, com princípios e estruturas fortes até à base”.

“A Fretilin é o povo e o povo é a Fretilin. Lutamos pela emancipação do povo e defendemos grupos marginalizados. Não fazemos discursos retóricos, mas apresentamos um programa político claro, a defender o povo, centrado no povo”, considerou.

A Fretilin tem estado no atual Governo desde 2020, quando entrou para viabilizar o executivo depois da saída do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) de Xanana Gusmão.

A Fretilin e os seus parceiros no Governo, o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), concorrem sozinhos ao voto, mas com um acordo de manter a plataforma para governar depois das eleições.

São 17 os partidos que disputam as quintas eleições de domingo em Timor-Leste, cuja contagem pode demorar vários dias. Mais de 890 mil eleitores estão registados para a votação, na qual vão ser escolhidos os 65 deputados do Parlamento Nacional.

Timor-Leste, uma ex-colónia portuguesa até 1975, mas invadida e anexada no mesmo ano pela Indonésia, tornou-se no mais jovem Estado soberano do século XXI, a 20 de maio de 2002, dia em que o país assinala a restauração da independência.

Timor-Leste é um dos países mais pobres do mundo, com 42% dos cerca de 1,3 milhões de habitantes a viverem abaixo da linha de pobreza, de acordo com as Nações Unidas, e com o Produto Interno Bruto (PIB) a registar um recuo em relação a 2016, segundo o Banco Mundial.

 

ASP // SB

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS