Eleições: António Filipe diz que CDU tem “muitos indecisos para vencer” e critica sondagens

O antigo vice-presidente do parlamento António Filipe pediu hoje que os eleitores não se deixem influenciar pelas sondagens, considerando que têm como objetivo “fabricar resultados”, e defendeu que “há muitos indecisos para a CDU vencer”.

Eleições: António Filipe diz que CDU tem

Num discurso no Encontro Nacional do PCP, em Lisboa, que visa preparar o partido para os próximos desafios eleitorais, António Filipe referiu que há “muitos amigos e camaradas que ficam preocupados com as notícias sobre as sondagens”, salientando que essa preocupação é justa, “não pelos resultados que vaticinam”, mas por serem “instrumentos de pressão sobre os eleitores”.

Para António Filipe, número dois da lista da CDU em Lisboa às legislativas, o que se pretende com a publicitação de sondagens é “fazer com que muitos eleitores decidam o seu sentido de voto não em função das suas experiências de vida ou convicções, mas em função de supostos resultados ditados por sondagens”.

Referindo-se ao facto de a distribuição de indecisos nos inquéritos de opinião ser feita segundo critérios definidos pelos institutos de sondagens, António Filipe adaptou um provérbio popular para afirmar que “quem os indecisos reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo, ou não tem arte”.

“E, por isso, bem podemos dizer que uma sondagem, depois de torturada, confessa sempre. E o objetivo dos torturadores de sondagens é claro: usar os supostos resultados, não como elemento informativo, mas como instrumento de pressão sobre os eleitores para que decidam o seu voto”, sustentou.

António Filipe referiu que, a menos de dois meses das eleições legislativas, não se sabe o que vão dizer as sondagens, mas o PCP sabe “que há muitos indecisos para vencer e muitos votos para ganhar para a CDU”.

“Como escreveu Ary [dos Santos]: o que é preciso é termos confiança. Isto vai, amigos, isto vai”, disse.

Por sua vez, a antiga deputada do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) Heloísa Apolónia considerou que as próximas legislativas “são uma oportunidade para se pôr um travão ao amontoado de injustiças de que o PS e toda a direita são exímios construtores”.

“A voz dos Verdes é imprescindível num país onde as políticas ambientais estão transformadas em negociatas de favorecimento ao poder económico e onde uma das principais máximas da política ambiental é sacar, por via de taxas e ‘taxinhas’, mais dinheiro dos bolsos dos cidadãos”, criticou.

Já o deputado João Dias, cabeça de lista da CDU pelo círculo eleitoral de Beja, salientou que o país não tem hoje o direito “de produzir o que precisa para satisfazer as necessidades da população”, em particular na alimentação, acusando PS, PSD e CDS de terem “dizimado milhares de exportações” e apelando a que se mude o modelo de produção.

Por sua vez, Bruno Dias, deputado e número dois da CDU na lista de Setúbal, referiu que há “sistematicamente uma enorme diferença entre as promessas feitas pelos governos e o valor realmente executado” em termos de investimento público, salientando que, entre 2017 e 2023, ficaram por aplicar 5.802 milhões de euros face ao valor orçamentado.

“O investimento ficou por executar, não porque não haja necessidades ou meios para o executar, mas porque no final de contas o que interessou ao Governo foi canalizar toda a margem resultante das receitas fiscais na redução acelerada do défice e da dívida pública”, criticou.

Esta ideia foi igualmente partilhada pelo deputado Duarte Alves, em quinto lugar na lista da CDU por Lisboa, que acusou o Governo de ter “aceitado e incorporado na sua ação governativa todas as imposições da UE”, salientando que as “contas certas” serviram aos grupos económicos mas não à população.

TA // SF

By Impala News / Lusa

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