Diretor-geral da OIM despede-se duma agência “mais autoconfiante”

O diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, António Vitorino, despediu-se hoje do cargo num vídeo em que garante ser hoje uma pessoa mais humilde e considera que tornou a organização mais autoconfiante.

Diretor-geral da OIM despede-se duma agência

O discurso, o último que faz enquanto diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), já que o seu mandato termina hoje, começa com “o orgulho” e “o privilégio” por ter liderado a OIM durante cinco anos.

Lembrando que, durante 30 anos se dedicou à migração “no Governo nacional, no parlamento nacional, no Parlamento Europeu e na Comissão Europeia, no setor privado e na sociedade civil”, António Vitorino afirma que a sua permanência na OIM foi a que lhe deixou “a mais forte impressão”.

“A dedicação do pessoal da OIM e os milhões de migrantes e deslocados que beneficiaram do apoio da OIM ficarão perto do meu coração”, afirmou, acrescentando acreditar que “os pontos fortes da OIM estão nas suas pessoas e no compromisso que têm para com a missão”.

Vitorino admitiu ter achado, quando chegou à estrutura da ONU, que a OIM escondia muitas das suas principais forças da comunidade internacional.

“Era como uma organização que subestimava as suas próprias capacidades e o seu próprio potencial, e talvez, ocasionalmente, se ressentisse por não ser devidamente reconhecida”, lembrou.

Por isso, garantiu o ainda diretor-geral, lutou, em conjunto com todos os que estão ligados à agência, “para ter um lugar à mesa e para ter uma voz”.

“Juntos fizemos, acredito, uma agência mais autoconfiante”, defendeu.

Embora admita que ainda há um caminho a percorrer para garantir que a voz da OIM seja ouvida, António Vitorino refere que os dados mostram que, “cada vez mais, as pessoas querem ouvir o que [a agência para as migrações] tem a dizer” e querem “beneficiar dos conhecimentos e conselhos” da OIM.

A agência que lidera, adiantou Vitorino, tornou-se, “nestes últimos cinco anos, um parceiro vital dentro do sistema das Nações Unidas, desde a ação operacional até ao fornecimento de dados-chave e à elevação da voz da ONU sobre as questões mais urgentes relativas aos migrantes e deslocados”.

Apesar dos passos dados, António Vitorino admite que ainda há muitos desafios a ultrapassar pelo que desejou sucesso à sua sucessora, Amy Pope.

Numa nota mais pessoal, Vitorino garantiu ter-se tornado uma pessoa mais humilde.

“Deixo a OIM mais humilde do que quando cheguei há cinco anos, mais humilde perante o sofrimento de muitos milhões de migrantes e pessoas deslocadas, particularmente as mais vulneráveis, como mulheres e crianças. Mais humilde diante da extraordinária generosidade e solidariedade de todos vocês e das comunidades com as quais trabalhamos em todo o mundo”, disse.

PMC // APN

By Impala News / Lusa

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