Diretor da central nuclear de Zaporijia foi libertado

O diretor-geral da central nuclear ucraniana de Zaporijjia, Igor Murachov, detido na sexta-feira pela Rússia, que controla o local, foi libertado, anunciou hoje a Agência Internacional de Energia Atómica.

Diretor da central nuclear de Zaporijia foi libertado

“Saúdo a libertação de Igor Murachov”, escreveu na rede social Twitter o diretor da AIEA, Rafael Grossi, que confirmou que Murachov já está em casa “são e salvo”. O diretor da central nuclear de Zaporijia tinha sido detido por uma patrulha russa, quando viajava da central para a cidade de Ernogodar, controlada pelos russos.

O veículo que transportava o diretor da central fora detido e este retirado do automóvel, tendo posteriormente sido conduzido, com os olhos vendados, para um destino desconhecido”, de acordo com relatos da agência que opera a unidade nuclear. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, condenou no sábado esta “detenção ilegal”. “Este crime é mais um ato de terrorismo de Estado da Rússia e representa uma grave violação do direito internacional”, disse Kuleba.

A central nuclear, a maior da Europa, está ocupada desde o início de março por tropas russas, localizando-se na região de Zaporijia, um dos territórios ucranianos oficialmente anexados por Moscovo. Uma delegação da AIEA, liderada por Rafael Grossi, visitou o local no início de setembro e dois dos seus inspetores permanecem nas instalações.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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