Declarações de Bolieiro não extravasam de “forma intolerável” limites da lei – CNE

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) considerou hoje que as declarações do presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, não extravasam “de forma intolerável os limites da lei”, mas advertiu o candidato para se abster de comentários semelhantes.

Declarações de Bolieiro não extravasam de

“O teor das respostas, no contexto da insistência das perguntas que foram feitas, não extravasa de forma intolerável os limites admitidos por lei, advertindo-se, todavia, o candidato para que se abstenha de comentários semelhantes até ao fecho das urnas”, refere a deliberação da CNE à queixa do PS/Açores, à qual a agência Lusa teve acesso.

Hoje, o PS/Açores fez queixa à CNE contra o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, candidato ao cargo pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, alegando violação da proibição de propaganda no dia das eleições regionais.

A queixa, enviada à CNE pelo diretor da campanha do PS/Açores, Berto Messias, aponta a “violação da proibição de propaganda no dia da eleição e no perímetro de 500 metros da assembleia de voto”, e tem por base o teor das “declarações proferidas em direto para diversos canais televisivos” por parte de José Manuel Bolieiro, cabeça de lista pelo círculo de São Miguel, após ter exercido o direito de voto.

O documento transcreve as declarações do candidato, segundo as quais ao ser questionado sobre se se conseguiu uma campanha esclarecedora, disse que tentou sempre afastar-se “do ataque a quem quer que seja”.

“No entanto, aqui ou acolá, tive de dar resposta para clarificar com desmentido algumas situações que insinuadas foram durante este exercício, mas creio que, apesar disso, genericamente, houve civismo, houve uma boa preparação da campanha no porta a porta, nos debates, enfim, no esclarecimento cívico”, considerou José Manuel Bolieiro, citado na queixa, assinalando ter apresentado “uma agenda de governação clarificadora”.

À pergunta sobre a existência de uma certa desmobilização e desinteresse da população pelo sufrágio de hoje, José Manuel Bolieiro respondeu: “Eu estou presidente do Governo, nunca escondi o meu orgulho do trabalho realizado e não meramente a palavra relativamente ao futuro, mas, sim, também a demonstração de um (…) curriculum de trabalho e de ações que, creio, beneficiaram pessoas, profissões, economia, social e, também, um sentido estratégico para o desenvolvimento dos Açores”, referiu o social-democrata.

Ainda segundo a queixa à CNE, o social-democrata, entre outras declarações, informou que, durante a tarde, iria estar com a família e com os amigos, mas ainda teria tempo para tomar um café com o líder nacional do PSD, Luís Montenegro, que se encontra nos Açores.

“(…) Não deixarei de, eventualmente, até dar um circuito aqui na ilha de São Miguel por algumas freguesias e verificar o andamento da afluência às mesas”, disse José Manuel Bolieiro.

Sobre ter estado, ao longo das últimas semanas, sempre confiante na vitória e se hoje está mais nervoso, o presidente do Governo Regional dos Açores declarou ter a expectativa de que as pessoas reconheçam o seu “trabalho enquanto governante, num período tão intenso como foram três anos”.

Cerca de 230 mil eleitores são hoje chamados a votar para escolher os 57 deputados na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, naquelas que são as primeiras eleições regionais antecipadas na história da autonomia do arquipélago.

Nos Açores, há 10 círculos eleitorais, nove coincidentes com cada uma das ilhas (Flores, Corvo, São Jorge, Faial, Pico, Graciosa, Terceira, São Miguel e Santa Maria) e outro de compensação (que junta os votos que não permitiram eleger deputados nos círculos de ilha).

Onze candidaturas concorrem às legislativas açorianas: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para hoje após o chumbo do Orçamento para este ano.

As urnas fecham às 19:00 locais (mais uma hora em Lisboa).

SR // JPS

By Impala News / Lusa

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