Covid-19: Um morto e 300 feridos em protestos contra confinamento no Líbano

Uma pessoa morreu e mais de 300 ficaram feridas nos confrontos entre manifestantes em protesto contra o confinamento sanitário e as forças de segurança em Tripoli, no norte do Líbano.

Covid-19:  Um morto e 300 feridos em protestos contra confinamento no Líbano

Uma pessoa morreu e mais de 300 ficaram feridas nos confrontos entre manifestantes em protesto contra o confinamento sanitário e as forças de segurança em Tripoli, no norte do Líbano.

De acordo com a agência de notícias oficial libanesa ANN, a vítima mortal é um homem de 30 anos, que morreu hoje no hospital após ter dado entrada na quarta-feira à noite com ferimentos provocados pelos confrontos entre manifestantes e polícia.

A Cruz Vermelha libanesa, por seu lado, contabilizou em mais de 300 os feridos resultantes dos confrontos dos últimos dias.

A deterioração das condições de vida, a crise económica e o recolher obrigatório contra a propagação da pandemia de covid-19 estão a provocar uma forte contestação social no país, seriamente atingido pelo desemprego e pela pobreza.

A violência em Tripoli, a segunda maior cidade do país e a mais pobre do Líbano, tem vindo a agravar-se desde segunda-feira e as manifestações de protesto contra o confinamento total intensificaram-se na noite de quarta-feira.

Dezenas de jovens participaram nos protestos noturnos atirando pedras contras as forças de segurança e destruindo veículos.

Na quarta-feira, os manifestantes tentaram várias vezes invadir o edifício da Câmara Municipal de Tripoli, tendo a polícia usado munições reais e granadas de gás lacrimogéneo.

Segundo a Agência de Notícias Nacional, 226 pessoas ficaram feridas nos últimos confrontos, incluindo 26 polícias.

A Cruz Vermelha transportou, pelo menos 35 pessoas, para os hospitais da cidade na quarta-feira à noite.

Hoje de manhã, as forças policiais reforçaram a segurança com rolos de arame farpado junto ao edifício da autarquia conhecido como Serail.

Dois carros queimados junto ao prédio continuam no local desde a noite passada.

Estabelecimentos comerciais e cafés estão a funcionar e o trânsito automóvel é visível nas ruas do centro da cidade, em atitudes que desafiam as ordens de confinamento decretadas pelo Executivo.

As medidas contra a propagação do SARS CoV-2 incluem o recolher obrigatório total (24 horas) até ao próximo dia 08 de fevereiro, devido ao aumento do número de contágios no país.

As medidas vieram atingir o Líbano, já muito afetado pela crise económica e financeira num país habitado por seis milhões de pessoas, dos quais um milhão são refugiados de guerra.

A moeda local desvalorizou-se 80% e os bancos limitam os levantamentos e as transferências para protegerem as reservas de divisas.

O desemprego e a inflação atingiram níveis sem precedentes e afeta metade da população que vive abaixo do limiar da pobreza.

Entretanto, agrava-se a crise política entre o presidente e o primeiro-ministro designado do Líbano.

Conflitos internos bloquearam a formação do novo governo fundamental para desencadear as reformas que podem desbloquear o processo de ajuda financeira internacional.

O governo demitiu-se em agosto do ano passado depois da explosão no porto de Beirute que fez mais de duas centenas de mortos e milhares de feridos.

No passado mês de dezembro, cerca de 80 mil expatriados entraram no país para as celebrações do Natal com amigos e familiares o que agravou a situação sanitária relacionada com a covid-19.

Os hospitais estão lotados com doentes contagiados com o novo coronavírus.

No total morreram 2.533 pessoas vítimas de covid-19 e registaram-se 290 mil contágios desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.159.155 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 11.305 pessoas dos 668.951 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

 

 

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