China apresenta protesto formal aos EUA pela reação de Blinken

O Governo chinês apresentou um protesto formal aos Estados Unidos pela reação do Departamento de Estado aos resultados das eleições em Taiwan, considerando que “violou gravemente o princípio de ‘uma só China'”.

China apresenta protesto formal aos EUA  pela reação de Blinken

“O Departamento de Estado dos EUA emitiu uma declaração sobre as eleições na província chinesa de Taiwan que violou gravemente o princípio de ‘uma só China'”, lê-se num comunicado divulgado hoje pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, felicitou no sábado o vencedor das eleições presidenciais em Taiwan, o candidato anti-Pequim William Lai, e afirmou que espera trabalhar com Lai no futuro e promover o longo relacionamento bilateral “não oficial”.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, estas declarações “violaram gravemente o compromisso político dos EUA de manter apenas relações culturais, comerciais e outras não oficiais com a região de Taiwan e enviaram um sinal errado às forças separatistas que procuram a independência” da ilha.

“A China está muito insatisfeita com o que aconteceu. A questão taiwanesa está no centro dos interesses da China e é a primeira linha vermelha que não pode ser ultrapassada nas relações com os Estados Unidos”, lê-se no comunicado.

Segundo sustenta, o princípio de ‘uma só China’ é a norma básica que rege as relações internacionais daquele país asiático e conta com “o consenso da comunidade internacional”.

“O lado chinês sempre se oporá a qualquer forma de intercâmbio oficial entre os EUA e Taiwan e a que os EUA interfiram nos assuntos taiwaneses de qualquer forma e sob qualquer pretexto”, sublinha a nota oficial.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês insta ainda Washington a não tentar usar a questão de Taiwan “como uma ferramenta para conter a China” e a cortar todos os contactos oficiais com Taipé.

No sábado, Blinken parabenizou Lai pela vitória, num comunicado em que referiu também que os EUA estão comprometidos com a “paz e estabilidade” na região.

“Esperamos trabalhar com Lai […] e promover a nossa relação não oficial de longa data, em consonância com a política de ‘uma só China'”, sublinhou o diplomata.

Horas depois, o Presidente dos EUA, Joe Biden, reiterou a oposição do seu país à eventual independência de Taiwan quando questionado por jornalistas em Washington sobre os resultados das eleições taiwanesas.

A questão taiwanesa é um dos principais pontos de fricção entre Pequim e Washington, uma vez que os EUA são o principal fornecedor de armas à ilha e presume-se que a defenderiam em caso de conflito com a China.

Taiwan cimentou no sábado o seu compromisso com a soberania com a eleição do até agora vice-presidente e candidato do Partido Democrático Progressista (PDP), William Lai (Lai Ching-te), como presidente para os próximos quatro anos, num resultado eleitoral que deixa antever um agravamento ainda maior das tensões com a China, que considera este território uma província rebelde.

O candidato oficial somou 40,05% dos votos, superando os candidatos da oposição do Kuomintang (KMT), Hou Yu-ih (33,49% dos votos), e do Partido Popular de Taiwan (PPT), Ko Wen-Heh (26,46%).

Após o anúncio de vitória, Lai garantiu que estas eleições demonstraram à comunidade internacional que, entre “democracia e autoritarismo”, os taiwaneses optaram por permanecer “do lado da democracia”.

Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949, embora a China reivindique a soberania sobre a ilha, que considera uma província rebelde e para cuja “reunificação” não descarta o uso da força.

PD // MSF

By Impala News / Lusa

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