Chefe da cibersegurança da Alemanha demitido após denúncias de ligações à Rússia

O diretor da agência nacional de cibersegurança da Alemanha foi demitido na sequência de denúncias de possíveis ligações aos serviços secretos russos, anunciou hoje o Ministério do Interior.

Chefe da cibersegurança da Alemanha demitido após denúncias de ligações à Rússia

O diretor da agência nacional de cibersegurança da Alemanha foi demitido na sequência de denúncias de possíveis ligações aos serviços secretos russos, anunciou hoje o Ministério do Interior. Segundo a mesma fonte, a ministra do Interior, Nancy Faeser, demitiu Arne Schoenbohm do cargo de diretor da agência BSI após acusações que “afetaram a necessária confiança do público na neutralidade e imparcialidade” da sua gestão, indicou a agência de notícias alemã DPA.

Schoenbohm cofundou há uma década um grupo de cibersegurança que reúne especialistas de instituições públicas e do setor privado. A comunicação social alemã noticiou que um dos seus membros é uma empresa fundada por um ex-agente dos serviços secretos russos.

O Governo alemão afirmou há mais de uma semana que estava a investigar as denúncias em pormenor.

Arne Schoenbohm, de 53 anos, era o diretor da agência BSI desde fevereiro de 2016. Não foi ainda anunciado quem lhe sucederá no cargo. O ministério indicou que a decisão de o substituir é também do interesse dos 1.500 funcionários da agência e da sua necessidade de trabalhar sem especulações envolvendo o pessoal, noticiou a DPA.

Existe na Alemanha uma preocupação cada vez maior de que infraestruturas essenciais do país sejam alvo da Rússia, por causa do apoio de Berlim à Ucrânia, invadida no início deste ano pelas forças militares russas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 237.º dia, 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

 

 

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