Candidato presidencial em Taiwan William Lai diz querer dialogar com a China

O candidato presidencial do Partido Democrático Progressista de Taiwan, William Lai, sublinhou a sua intenção de manter a paz na região e retomar o “diálogo” com a China, numa conferência de imprensa onde esteve acompanhado por Hsiao Bi-khim, companheira de candidatura

Candidato presidencial em Taiwan William Lai diz querer dialogar com a China

Pequim, 09 jan 2024 (Lusa) — O candidato presidencial do Partido Democrático Progressista de Taiwan, William Lai, sublinhou hoje a sua intenção de manter a paz na região e retomar o “diálogo” com a China, nas vésperas de eleições no território.

“A paz não tem preço e não há vencedores numa guerra. A paz é a única opção. Queremos dialogar e cooperar com a China”, declarou o atual vice-presidente de Taiwan, numa conferência de imprensa com os órgãos de comunicação internacionais, onde esteve acompanhado por Hsiao Bi-khim, companheira de candidatura e até agora embaixadora de facto do território nos Estados Unidos.

Durante a sua intervenção inicial, Lai, que lidera as sondagens com cerca de 35% de apoio, reiterou a sua proposta de “manter a paz e estabilidade” na região, seguindo o “caminho” traçado pela atual Presidente, Tsai Ing-wen: dissuasão militar, segurança económica, laços com as democracias e liderança baseada em princípios.

O candidato do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês) afirmou que uma paz ancorada no princípio ‘Uma só China’, premissa para Pequim aceitar dialogar e que exclui a existência de Taiwan como entidade soberana, “não é uma paz verdadeira”, citando como exemplos a repressão em Hong Kong e na região autónoma de Xinjiang.

“É por isso que pensamos que temos de melhorar a dissuasão, reforçar as nossas capacidades militares e a nossa autonomia (…) Temos a determinação de defender a nossa pátria”, afirmou o político, de 63 anos.

Lai, que já se descreveu no passado como um “pragmático independentista de Taiwan”, disse não ver “necessidade” de declarar formalmente a independência da ilha, uma vez que “Taiwan já é um país soberano e independente de facto”.

“O status quo está de acordo com o interesse comum de Taiwan, da China e do mundo”, disse o candidato do DPP, que está confiante de que Pequim vai “rever” a sua política em relação a Taiwan se for eleito presidente.

O candidato acusou ainda o governo de Pequim de tentar influenciar as eleições, recorrendo a medidas “coercivas” sem precedentes.

“Nestas eleições, é evidente que a China está a utilizar o argumento da escolha entre a paz e a guerra para afetar as eleições, tentando estabelecer um governo pró-China”, afirmou Lai.

Mais de 19 milhões de taiwaneses estão aptos a votar nas eleições do próximo sábado, nas quais Lai vai competir com Hou Yu-ih, do Kuomintang, e Ko Wen-je, do Partido do Povo de Taiwan.

O atual mandato do DPP tem sido marcado por tensões acrescidas com a China.

Pequim cortou a comunicação com Taipé em 2016, depois de o Partido ter ganho as eleições desse ano.

A China considera também Lai um “separatista”.

Taiwan – para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil – é governada de forma autónoma desde 1949, embora a China reivindique a soberania da ilha, que considera uma província rebelde, e não exclua o uso da força para a “reunificação”.

 

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By Impala News / Lusa

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