Borrell apela a Israel para “nova pausa” na ofensiva em Gaza

O alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, apelou hoje a Israel para estabelecer uma “nova pausa” na sua ofensiva na Faixa de Gaza, após novo bombardeamento no campo de refugiados urbano palestiniano de Maghazi.

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“É urgente uma nova pausa nas hostilidades”, disse Borrell, também vice-presidente da Comissão Europeia, na rede social X (antigo Twitter).

A ofensiva de Israel “continua a causar um grande número de vítimas, apesar da obrigação das Forças de Defesa de Israel de proteger os civis”, adiantou.

Borrell qualificou o bombardeamento do campo de refugiados de Maghazi como “um dos mais mortíferos” e lamentou informações que falam “do deslocamento de outras 150.000 pessoas”.

A campanha militar de Israel, que já arrasou grande parte do norte do enclave palestiniano, está agora concentrada nos campos de refugiados urbanos de Bureij, Nuseirat e Maghazi, no centro de Gaza, onde os aviões de guerra e a artilharia israelitas destruíram vários edifícios.

Mas os combates não diminuíram no norte, bem como na cidade de Khan Younis, no sul, onde Israel acredita que os líderes do grupo islamita palestiniano Hamas estão escondidos, sendo ambas as zonas, relatou a agência noticiosa norte-americana AP, “campos de batalha violenta”.

Dezenas de milhares de palestinianos afluíram nos últimos dias a Rafah, cidade já sobrelotada no sul da Faixa de Gaza, para fugir aos bombardeamentos israelitas no centro do enclave, onde, segundo fontes hospitalares, dezenas de pessoas foram mortas hoje.

A ofensiva aérea e terrestre sem precedentes de Israel contra o Hamas desalojou cerca de 85% dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, fazendo com que muitas pessoas procurem abrigo nas zonas seguras designadas por Israel, que os militares também bombardearam, gerando uma sensação de insegurança em todos os pontos do enclave, refere a agência noticiosa AP.

As pessoas chegaram a Rafah, junto à fronteira com o Egito, em camiões, em carrinhas e a pé. Os que não encontraram espaço nos abrigos, já sobrelotados, montaram tendas nas bermas das estradas, escorregadias devido à lama das chuvas de inverno.

Com as novas chegadas, a cidade e os seus arredores estão agora repletos, estimando-se aí terem confluído cerca de 850.000 pessoas, mais do triplo da população normal, de acordo com os números da ONU.

A guerra já matou mais de 21.500 palestinianos, na sua maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e provocou uma crise humanitária que deixou um quarto da população do enclave em situação de fome.

O número de mortos, divulgado pelo Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, não faz distinção entre civis e combatentes.

Os responsáveis israelitas têm rejeitado os apelos internacionais para um cessar-fogo, afirmando que tal equivaleria a uma vitória do Hamas, movimento considerado terrorista pelos países ocidentais e que Israel prometeu desmantelar.

Telavive também prometeu trazer de volta os mais de 100 reféns ainda detidos pelo Hamas desde o ataque de 07 de outubro a território israelita, o que desencadeou a guerra, e que provocou a morte a cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis.

O exército israelita confirmou que 168 militares foram mortos desde o início da ofensiva terrestre.

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By Impala News / Lusa

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