Mediação de vício e jogo responsável: a saúde mental no acesso aos sites de apostas desportivas

Deve haver uma mediação saudável entre jogo online e saúde mental. Se é um aficionado das apostas desportivas, conheça quais os fatores de risco e as soluções.

Mediação de vício e jogo responsável: a saúde mental no acesso aos sites de apostas desportivas

Apesar de Portugal não ser o país com mais variedade de escolha no que toca aos sites de apostas, a dependência do jogo é um problema que existe e sobre o qual se deve falar para que também se conheçam os meios e formas de proteger a saúde mental de quem joga.

A dependência do jogo aplica-se em Portugal?

Sim, também em Portugal se verifica a ocorrência de comportamentos inerentes ao vício do jogo. Apesar de existirem atualmente apenas 11 sites de apostas legais em Portugal, devidamente regulados pela entidade que emite as licenças e que verifica se cada um se encontra em conformidade. Posto isto, o mundo das apostas desportivas é aliciante e desde que as atividades de apostas ocorram com moderação, pode ser um passatempo divertido e desafiador. 

Mas, a situação altera-se se houver predisposição para fatores que criam dependência e o vício das apostas online. Exemplos como a genética, entre outros fatores, podem estar diretamente ligados a uma maior propensão de tal acontecer. É, por isso, importante que os jogadores portugueses e familiares saibam quais os sinais de alerta e como podem tomar providências no sentido de precaver ou tratar tais situações, relacionadas com perturbação de jogo.

Vício do jogo online e sintomas 

O comportamento aditivo relacionado com os jogos de apostas e de sorte e azar é tratado como uma dependência, tal como a dependência do álcool ou drogas e é uma perturbação reconhecida pela Organização Mundial de Saúde. Os principais sintomas considerados sinais de alerta são:
– a falta de controlo relativamente ao tempo passado a jogar e aos valores despendidos;

– mudança nas prioridades diárias, passando o jogo a imperar sobre outras atividades do quotidiano;

– impossibilidade de conseguir parar mesmo sabendo das consequências negativas.

As perturbações de jogo devem ser endereçadas com algum cuidado e se detectadas, o ideal será entrar em contacto com uma entidade especializada no tema, ou um profissional de saúde.

Tratamento da Dependência de Jogo

Numa primeira abordagem, os jogadores que identifiquem alguma dificuldade no auto-controlo e que notem que a diversão está a transformar-se num problema, sem terem conhecimento de como é que se pode largar o vício do jogo, podem começar por utilizar os mecanismos de auto-exclusão que os sites de apostas disponibilizam. 

Numa segunda instância, reforça-se o tema de Jogo Responsável em todas as casas de apostas devidamente reguladas pelo Serviço de Regulação de Jogos em Portugal e, por isso, todos contam com ligações diretas e informação sobre o tema, sendo facultados recursos como a Linha Vida do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, do Ministério da Saúde, para que seja possível falar com apoio profissional na área, e encaminhado para as soluções.

Por último, psicólogos e psiquiatras formados no sentido de ajudar a lidar com o vício do jogo, podem ser um elemento-chave no tratamento, recuperação e vivência com a situação. 

Reflexões Finais

O equilíbrio entre o que sabemos ser normal e saudável nem sempre é exequível se estivermos a falar de algo que vai muito além do nosso controle. 

O mundo do jogo online e dos sites de apostas, mais especificamente das apostas desportivas, pode fomentar alterações imperceptíveis, assim como qualquer atividade que cause um estímulo cerebral, causado por atividades idênticas. Pode, por isso, causar alterações a nível da parte química na função dita “normal” do nosso cérebro.

É precisamente por isso que existem casos em que a diversão ultrapassa o nível desejado, tornando-se cada vez mais uma necessidade, e até mesmo um vício. É importante perceber quais os mecanismos disponíveis para que haja uma auto-avaliação contínua e uma auto-responsabilização, ou por parte dos familiares e amigos, no sentido de estar informado sobre os patamares fulcrais do jogo responsável e no sentido de conhecer os mecanismos existentes de ajuda.

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