Violência na noite: irmã de jovem agredido diz que INEM ignorou pedido de auxílio

Mariana Monteiro, irmã do jovem de 23 anos agredido esta madrugada em Lisboa, diz que INEM ignorou pedido de ajuda. Tomás e Alexandra terão sido alvo de agressões por parte de dois seguranças.

Violência na noite: irmã de jovem agredido diz que INEM ignorou pedido de auxílio

Mariana Monteiro, irmã do jovem agredido esta madrugada à porta da discoteca MusicBox, em Lisboa, relata ao nosso site que, após várias chamadas para o número de emergência 112, não foi enviado qualquer auxílio. Tomás Monteiro encontrava-se com três amigos.

«Ligaram várias vezes e foi-lhes dito que, como era uma agressão num bar quem tinha de tomar conta da ocorrência era a polícia. O 112 não fez a ligação para a polícia. Eles ligaram para a polícia, que apareceu meia hora depois. O meu irmão, com os nervos, foi-se embora, mas a Alexandra e o namorado ficaram», relata a jovem.

Tomás e Alexandra, que terão sido agredidos por dois seguranças da discoteca MusicBox, relataram este facto ao operador do número de emergência nacional.

«Eles dissseram que uma pessoa tinha sido agredida por seguranças, que estava em mau estado e a única coisa que o 112 disse é que era um caso que tinha de ser tratado pela polícia», conta Mariana.

«A linha de emergência do nosso país recusou-se a prestar auxílio»

A jovem, em choque com o episódio de violência, acrescenta: «É que, além do problema de terem sido os próprios seguranças a fazerem isto, a linha de emergência do nosso país recusou-se a prestar auxílio ou a querer saber mais sobre o estado do meu irmão, para saber se era preciso ou não enviar uma ambulância ao local».

Alexandra Abreu, namorada de um dos jovens que estava no grupo, foi agredida quando tentava socorrer Tomás.

«A Alexandra foi agredida ao tentar tirar o meu irmão das mãos dos seguranças. Antes disso, foi atacada pela empregada do bar que a impediu de chegar ao pé do meu irmão. Depois, quando chegou ao pé do meu irmão, levou uma cotovelada na cara. Ficou também com um pulso marcado».

Mariana diz que o irmão não agiu corretamente ao ter insultado a funcionária do espaço. «Ele não estava sóbrio mas não estava de tal modo… nada justifica a agressão. Veio uma empregada com os seguranças expulsá-los da discoteca e o meu irmão, com os ânimos exaltados, chamou-lhe ‘loira oxigenada’. Ele próprio admite que não deve ter sido correto.»

Enquanto Tomás se dirigia para a rua, foi atacado pelas costas por dois seguranças, conta Mariana. «Apanharam-no de costas e puseram-no no chão. Deram-lhe murros e pontapés na cabeça».

O grupo de quatro amigos acabou por chamar o gerente do espaço, pediu o livro de reclamações o que, de acordo com Mariana Monteiro, lhes foi negado. «A única coisa que fizeram foi fechar-lhes a porta na cara».

«Entretanto a polícia chegou e o dono do bar alegou que eles nunca tinham estado lá dentro. Como eles pagaram em dinheiro nem sequer têm comprovativos de terem estado lá dentro», conta.

Esta informação, segundo Mariana, foi ignorada pelos agentes chamados ao local. «A polícia falou com os responsáveis do bar, que disseram à policia que eles nem sequer tinham estado lá dentro».

Família pondera ação legal

Tomás regressou a casa, no Barreiro, tendo depois sido levado ao hospital daquela localidade pela mãe. «Fez vários exames e não tem nada interno». Depois, foi apresentar queixa na esquadra do Barreiro.

Apesar de não ter lesões internadas, Tomás Monteiro está emocionalmente afetado.

«Felizmente, não tem dores mas psicologicamente é revoltante. Há uns anos, estas lutas aconteciam entre pessoas bêbadas, à porta dos bares e hoje em dia sai-se da discoteca e acontece isto por parte dos seguranças», confessa Mariana.

A família do jovem está agora a avaliar avançar com uma acção legal contra o espaço. «A minha mãe pondera isso mas, depois, claro, a justiça do nosso país faz-nos pensar duas vezes. Mas estamos a pensar nisso seriamente».

Tomás Monteiro é cozinheiro num restaurante na zona da Bica, em Lisboa.

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