Exclusivo: Hospital de Portimão atende pacientes com computador sob caixote do lixo e sem recursos

A falta de condições presentes no Hospital de Portimão foi denunciada por uma utente na passada terça-feira, dia 6 de março. «O meu filho foi atendido nestas condições», revelou indignada.

Exclusivo: Hospital de Portimão atende pacientes com computador sob caixote do lixo e sem recursos

Uma utente do Hospital de Portimão partilhou nas redes sociais uma imagem, na passada terça-feira, dia 6 de março, que demonstra a falta de condições existentes na respectiva unidade hospitalar pública do Algarve. Na fotografia é possível ver-se um médico sentado em frente a um computador que está apoiado em cima de um caixote do lixo, fixo com fita adesiva.

Contactada pela Impala.pt, Alda Amaral, de 50 anos, explicou que não foi apenas a ausência de uma mesa que a indignou quando levou o filho a uma consulta de ortopedia. Apesar de destacar que o especialista «foi impecável», Alda Amaral revelou que «todo o atendimento foi feito em pé».

«A sala de atendimento só tinha a marquesa, a cadeira, o computador e absolutamente mais nada. Não havia nenhum sítio para me sentar», garantiu a mãe.

Ausência de equipamentos e condições de higiene questionáveis

Para além da falta de equipamentos, a queixosa ainda referiu que estava uma «bancada cheia de gesso, provavelmente de alguém que tinha acabado de ser engessado» e que estava «tudo sujo».

Salientando sempre que o médico exerceu a sua função na «perfeição», Alda Amaral mencionou que o especialista nunca fez nenhuma referência à falta de condições com que estava a trabalhar e que se focou sempre na criança. «A preocupação do médico era atender o meu filho e fazer com que eu percebesse tudo».

Sala de atendimento sem condições: um reflexo do resto do hospital

Para além do espanto da mãe com as condições do local onde foi atendida, Alda Amaral garante ainda que as faltas de condições estendem-se noutras zonas do hospital. A sobrelotação de pessoas nas instalações e a falta de equipamentos foram as críticas apontadas pela utente.

«A sala de observação estava completamente cheia repleta de macas coladas. Na sala de espera encontravam-se dezenas de pessoas a soro, maioritariamente idosos. Quando passei pelo serviço de urgências, a sala estava igualmente cheia, com pessoas sentadas no chão. Uma auxiliar viu a minha cara de espanto e preocupação e ainda me disse que tinha sorte porque não era um mau dia».

A mãe terminou reafirmando que as «condições são deploráveis» e que o «hospital não consegue de forma alguma responder às necessidades da população».

Alda Amaral é residente no município de Lagoa e dirigiu-se ao Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio – Hospital de Portimão quando o filho se queixou de fortes dores na bacia, após uma aula de educação física.

A Impala.pt contactou o Hospital de Portimão que referiu ir avaliar o caso e possivelmente responder às alegações formuladas.

A publicação foi partilhada num grupo privado do Facebook. O post original conta com mais de mil «gostos», dezenas de comentários e mais de duas mil partilhas.

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