Uma jovem, agora com 16 anos, contou durante uma apresentação na escola que o seu pai matou a mãe à sua frente. «Quando tinha seis anos o meu pai matou a minha mãe à minha frente», revelou a jovem na apresentação da lista da Escola Dr. Bernardino Machado, na Figueira da Foz, para o programa Parlamento dos Jovens que este ano tem o tema «Violência doméstica e/ou no namoro».

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Dez anos depois do homicídio, a jovem, que assistiu ao momento em que o pai matou a mãe a tiro, acredita que se as medidas defendidas pelos seus colegas estivessem em vigor, talvez o crime não tivesse acontecido.

«Ele entrou na ambulância e foi aí que tudo aconteceu»

O homicídio aconteceu na região centro do país, no interior de uma ambulância que transportava a mãe da jovem para receber tratamento depois de ter sido agredida pelo marido. A mulher tinha apresentado queixa quando tudo aconteceu. «Ele entrou na ambulância e foi aí que tudo aconteceu», disse a jovem.

Os anos seguintes «foram muitos difíceis», sublinhou a rapariga que foi acolhida pela família. Contudo, sentiu sempre a falta da mãe. «Depois era difícil lidar com barulhos na rua. era complicado ficar sozinha e tinha muitos pesadelos», contou, dizendo depois que, ao longo dos anos, tudo acabou por se tornar normal. «Habituei-me, por exemplo, a ter que explicar porque é que os meus pais não era os meus tutores na escola», relembrou.

A jovem recebeu apoio psicológico durante um ano e meio, mas lamenta que o Estado não tenha prestado mais apoio aos seus familiares. Contou ainda que foi separada do irmão durante a adolescência. Agora, pretende evitar que casos como os eu voltem a acontecer e defende que seja dada «mais atenção para quem apresenta queixa».

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