Wall Street fecha em baixa com os investidores a cederem a sinais de inflação

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores a cederem a novos sinais de persistência de um crescimento de preços vigoroso, o que suscitou uma subida dos rendimentos obrigacionistas.

Wall Street fecha em baixa com os investidores a cederem a sinais de inflação

Os resultados finais da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 0,37%, o tecnológico Nasdaq recuou 0,82% e o alargado S&P500 perdeu 0,48%, depois do recorde estabelecido na véspera, mas mantendo-se acima dos cinco mil pontos (5.005,57).

Pouco antes da abertura da sessão, o Departamento do Trabalho divulgou um índice dos preços grossistas que surpreendeu pela sua força.

Estes preços subiram mais do que esperado em janeiro, em 0,3%, depois de terem recuado 0,1% em dezembro. Os analistas esperavam uma subida mais modesta de 0,1%.

“Para o banco central, é um pouco preocupante, mas os responsáveis da Reserva Federal (Fed) não se devem focar em um número mensal”, comentou Rubeela Farooqi, economista na HFE, garantindo que estes “vão continuar persistentes (…) antes de decidirem a futura política monetária”.

Mas a reação foi viva no mercado obrigacionista, onde os rendimentos da dívida federal a dois e a dez anos subiram nitidamente, com a tenacidade da inflação a fazer recear que o custo do crédito fixado pela Fed continue elevado durante mais tempo.

“Os rendimentos [das obrigações] do Tesouro [dívida pública] evoluirão em alta em resposta à diminuição das expectativas de baixa da taxa de juro pela Fed”, observou John Canavan, da Oxford Economics.

“Depois de um início de semana calmo, os rendimentos tinham subido na terça-feira, depois de uma subida inesperada do índice de preços no consumidor”, avançou este analista, lembrando que a tendência de venda de ações nesse dia foi invertida no meio da semana. “Entretanto, as preocupações inflacionistas continuam a fazer baixar as esperanças de redução da taxa de juro da Fed”, acrescentou.

Uma dirigente do banco central, Mary Daly, presidente do banco da Fed em San Francisco, disse hoje que a instituição devia “resistir à tentação de agir rapidamente, quando é preciso paciência”.

Outra informação económica mostrou uma atividade mitigada. O mercado da habitação, afetado pelas fortes taxas de juro sobre o crédito imobiliário, voltou a evidenciar sinais de fraqueza.

O lançamento da construção de casas caiu quase 15% em janeiro, para o nível mais baixo desde agosto. Ao mesmo tempo, a confiança dos consumidores ainda progrediu em fevereiro, graças à expectativa de a inflação continuar a enfraquecer, segundo a estimativa preliminar da Universidade do Michigan.

RN // RBF

By Impala News / Lusa

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