Siderúrgicas pretendem investir 18 mil milhões de euros na produção de aço no Brasil
Empresas do setor siderúrgico anunciaram a intenção de investir 100,2 mil milhões de reais (18 mil milhões de euros) na produção de aço no Brasil até 2028, após uma reunião entre representantes do segmento e o Presidente brasileiro.
O investimento foi confirmado pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter) na noite de segunda-feira.
“Mais um anúncio importante para o Brasil. O setor do aço vai investir, em cinco anos, 100 mil milhões de reais para fortalecer a indústria siderúrgica, fundamental para outros setores industriais e da construção civil”, escreveu Lula da Silva.
Os detalhes sobre os investimentos não foram divulgados, mas o anúncio ocorre menos de um mês depois de o Governo brasileiro impor cotas de importação por um ano para onze produtos de aço e taxação de 25% sobre o que exceder os limites.
Segundo deliberação do Comité Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) do Brasil, tomada em abril, dentro das cotas as compras internacionais continuam a recolher entre 10,8% e 14,4% de imposto de importação, e acima do limite a tarifa passa para 25%.
Numa conferência de imprensa após a reunião, o vice-presidente e ministro Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu as medidas do atual Governo.
“Primeiro, agimos na defesa comercial, estabelecemos cinco mecanismos ‘antidumping’ [um instrumento de defesa comercial] e dez investigações em curso. Nós fizemos uma medida inédita que é impor cota (…) E o resultado são 100 mil milhões de investimentos, melhorando a competitividade” do setor, acrescentou.
Segundo o vice-presidente brasileiro, a política de apoio ao setor do aço ajudará a diminuir a ociosidade no setor siderúrgico e o aço brasileiro poderá ser usado pela indústria automóvel, que nos últimos meses anunciou um grande volume de investimentos no país.
O Governo brasileiro citou num comunicado sobre as medidas tomadas para reforçar a indústria local dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que indicaram que a capacidade de produção mundial de aço atingiu 2,4 mil milhões de toneladas métricas em 2023, o que representa 552 milhões de toneladas a mais do que a procura global.
A China e a Índia são os dois maiores produtores, respondendo por 47% e 6% da capacidade mundial, respetivamente.
Com as medidas proteção comercial adotadas pelos Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e México contra o aço da China, o país asiático passou a procurar mercados alternativos para vender os seus excedentes. Isso significou um aumento da entrada do aço chinês no Brasil, o que levou aos pedidos de elevação de tarifas.
Em 2023, o Brasil produziu 31,9 milhões de toneladas de aço bruto e importou cinco milhões de toneladas. Em relação a 2022, volume de importação cresceu 57,1%, enquanto a produção local recuou 6,5%.
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By Impala News / Lusa
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