Portugal deve ter exportado mais de mil milhões de euros de azeite em 2024

As exportações de azeite de Portugal deverão ter ultrapassado os mil milhões de euros em valor, em 2024, o que acontece pelo segundo ano consecutivo e é considerado “histórico” para o setor, destacou hoje o presidente do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL).

Portugal deve ter exportado mais de mil milhões de euros de azeite em 2024

Campo Maior, Portalegre, 21 mai 2025 (Lusa) – As exportações de azeite de Portugal deverão ter ultrapassado os mil milhões de euros em valor, em 2024, o que acontece pelo segundo ano consecutivo e é considerado “histórico” para o setor, destacou hoje um responsável.

Segundo avançou hoje à agência Lusa o presidente do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), Gonçalo Morais Tristão, em 2023, o valor das exportações já tinha ultrapassado os mil milhões de euros e, em 2024, “deve ter andado pelos mesmos valores”.

“É histórico porque ultrapassarmos a barreira dos mil milhões de euros, ainda por cima em dois anos consecutivos, é muito importante para o setor”, que está assente em “dois tipos de exportações”, o do azeite a granel e o do azeite embalado, frisou.

Gonçalo Morais Tristão falava à Lusa a propósito do Congresso Nacional do Azeite (CNA) e da Feira Nacional de Olivicultura (FNO), eventos que vão decorrer, a partir de quinta-feira, em Campo Maior, no distrito de Portalegre.

Na vertente do azeite a granel, segundo o presidente do CEPAAL, as exportações seguem “sobretudo para Espanha e para Itália”, enquanto, na vertente do azeite embalado e com marca portuguesa, “o principal cliente é o Brasil”.

O CEPAAL, aludindo aos dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), deste mês, indicou que a campanha de azeite 2024/2025 contou com um aumento de produção na ordem dos 10% face à anterior, atingindo as 177.000 toneladas (antes tinham sido 150.000).

Nesse sentido, o ano de 2024 é considerado “o segundo melhor ano de sempre”, com uma produção de azeite de “quase dois milhões de hectolitros”.

Segundo o CEPAAL, regista-se, assim, este ano, um ajuste do preço ao consumidor em baixa, face ao aumento de preços do ano anterior, na ordem dos “40%” na garrafa de azeite virgem extra.

“A redução dos preços é benéfica, porque poderá haver mais adesão ao consumo. A alta de preços provocou alguma redução de consumo que a produção não quer, mas a descida de preços também não pode ser para [valores] que não consigam pagar alguns custos da produção”, notou Gonçalo Morais Tristão.

Portugal é já o sexto maior produtor de azeite do mundo e o terceiro maior exportador da Europa, de acordo com o CEPAAL.

Após quase 20 anos de ausência, a Feira Nacional de Olivicultura regressa à vila raiana de Campo Maior, acompanhada pela primeira vez pelo Congresso Nacional do Azeite.

Os eventos, promovidos pelo município e pelo CEPAAL, vão decorrer, no que toca à feira, no jardim municipal, entre quinta-feira e domingo, enquanto o congresso tem lugar no centro cultural, na quinta e na sexta-feira.

A FNO conta com um espaço de exposição de “mais de 300 metros quadrados, com cerca de 50 expositores”, e aposta num programa que reúne conhecimento, cultura, entretenimento e animação em torno da “celebração e valorização” do património oleícola.

O Alentejo representa quase 90% da produção nacional de azeite, com a região a possuir “mais de 209.000 hectares de olival, mais de 116 lagares e mais de 95%” de azeite virgem e virgem extra produzido.

O CNA vai contar com mais de 30 oradores nacionais e internacionais, que vão debater temas como novos desafios para o setor, a identidade do azeite português, o caminho do azeite na alta cozinha, entre outros.

O evento, com o Alto Patrocínio do Presidente da República, reúne ainda um painel com cozinheiros e escolas de hotelaria e turismo.

 

HYT // RRL

By Impala News / Lusa

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