Lucro dos cinco principais bancos em Portugal recua 0,5% até março para 1.219 ME

Os cincos maiores bancos que operam em Portugal registaram lucros agregados de 1.218,6 milhões de euros até março, uma redução de 0,5% face ao mesmo período do ano passado.

Lucro dos cinco principais bancos em Portugal recua 0,5% até março para 1.219 ME

Assim, os lucros de Caixa Geral de Depósitos (CGD), Santander Totta, Millennium BCP, Novo Banco e BPI desceram 6,5 milhões de euros no primeiro trimestre, quando comparado com o acumulado nos primeiros três meses do ano passado.

Para estes resultados continuou a contribuir a evolução da margem financeira, que diz respeito à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos e que nos primeiros três meses totalizou 2.213,3 milhões de euros nestes cinco bancos.

Em termos homólogos, no entanto, a quebra foi de 7,7% (184,6 milhões de euros).

Dos cinco bancos analisados, apenas dois obtiveram lucros acima do registado um ano antes: BPI e BCP, enquanto os restantes apresentaram resultados líquidos mais baixos.

O aviso para o abrandamento ou reversão do crescimento dos lucros já tinha sido anunciada por quem encabeça o setor, uma vez que as taxas de juro diretoras, que tiveram subidas elevadas nos últimos anos, começaram a ter uma redução ditada pelo Banco Central Europeu (BCE).

A política monetária para o controlo de inflação depois da pandemia da covid-19 e agravada pela invasão russa da Ucrânia acabou por cumprir o seu propósito, com a taxa que mede a variação de preços nos consumidores, a manter-se nos 2,2% em abril, segundo o Eurostat, próximo da meta de 2%.

Agora, e com o desaperto das taxas de juro, as margens financeiras têm espelhado essa evolução, recuando em quatro dos cinco bancos — a exceção foi o BCP.

Por entidade, a CGD foi o banco que apresentou os lucros mais elevados, com 392,5 milhões de euros, mas descendo 0,5%, não tendo passado ao lado da descida de 11,2% da sua margem financeira (636,3 milhões de euros).

Entre os privados, o Santander Totta foi aquele que apresentou lucros mais elevados desde o início do ano, somando resultados líquidos de 268,8 milhões de euros.

O banco liderado por Pedro Castro e Almeida registou uma descida dos seus lucros na ordem dos 8,7%, em termos homólogos, num trimestre em que a margem financeira se contraiu em 19,6%, para 354,2 milhões de euros.

O Millennium BCP viu os seus lucros subirem 3,9%, para 243,5 milhões de euros, quase em linha com a subida da margem financeira (3,6%, para 721,1 milhões de euros).

No ‘pódio’ dos bancos privados em Portugal, o Novo Banco lucrou 177,2 milhões de euros, apesar de uma quebra em termos homólogos de 1,9%.

O banco detido pelo fundo norte-americano Lone Star em que o Estado português tem uma participação direta e indireta de 25% apresentou uma quebra de 6,7% da sua margem financeira, que abrandou para 279,1 milhões de euros.

Por fim, o BPI, que entre os cinco teve os lucros mais baixos — de 136,6 milhões de euros –, apresentou no entanto o maior crescimento homólogo, de 12,6%. No período em análise, e em termos homólogos, a margem financeira da instituição do grupo espanhol Caixabank recuou 9,4%.

Quanto aos trabalhadores e agências, os cinco maiores do setor bancário em Portugal contavam 25.460 funcionários e 2.203 balcões em território nacional. Em termos homólogos, são menos 136 trabalhadores e menos 16 balcões, uma variação que inverte nos trabalhadores quando comparado com o final de 2024 (+151, mas menos dois balcões).

No final de março, o Millennium BCP era o banco com mais funcionários (6.229), seguindo-se CGD (6.033), Santander (4.682), BPI (4.303) e Novo Banco (4.213).

Comparando-se com o trimestre anterior, no final de dezembro de 2024, só a CGD reduziu o seu número de trabalhadores (-34), tendo subido nos restantes, destacando-se Santander Totta e BPI com, respetivamente, mais 72 e 69 funcionários.

Em termos de agências, BPI (303), Novo Banco (290) e CGD (886) mantiveram o número de balcões em cadeia, enquanto Millennium BCP e Santander Totta reduziram o número em um cada, para 397 e 327.

JO // JNM

By Impala News / Lusa

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