Japão dá 1,4 ME para assistência do PAM em Cabo Delgado

O Governo do Japão disponibilizou 1,5 milhões de dólares (1,4 milhão de euros) para o Programa Alimentar Mundial (PAM) dar assistência a pelo menos 50 mil pessoas afetadas pela violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Japão dá 1,4 ME para assistência do PAM em Cabo Delgado

“Esta nova assistência alimentar, em estreita parceria com o PMA, reflete o nosso forte compromisso com o povo de Moçambique e nossa amizade”, disse Kimura Hajime, embaixador do Japão em Moçambique, citado numa nota do PAM enviada hoje à comunicação social.

O donativo ocorre menos de um mês depois de aquela agência das Nações Unidas anunciar a redução da assistência a pelo menos 418.630 pessoas vítimas da violência armada, devido à falta de fundos.

A diretora do PAM em Moçambique, Antonella D’Aprile, agradeceu ao Japão pelo donativo, referindo que a ajuda chega num momento em que as pessoas afetadas pelos ataques armados em Cabo Delgado enfrentam dificuldades “ainda maiores”.

“Com o aumento dos preços dos alimentos e dos custos operacionais crescentes, as pessoas afetadas pelo conflito estão enfrentando dificuldades ainda maiores”, frisou a responsável.

Segundo o PAM, a ajuda do Japão vai permitir o fornecimento de “arroz e peixe enlatado” aos afetados pelo conflito, numa altura em que mais de 3,3 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda em Moçambique, de acordo com a última Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC).

Desde 2019, o Japão disponibilizou um total de 24,7 milhões de dólares (23,4 milhões de euros) para a assistência a Moçambique pelo Programa Alimentar Mundial, de acordo com a organização, que considera o país nipónico um “parceiro de longa data”.

A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos a insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

No terreno, em Cabo Delgado, combatem o terrorismo — em ataques que se verificam desde outubro de 2017 e que condicionam o avanço de projetos de produção de gás natural na região – as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O conflito no norte de Moçambique já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, enquanto o Presidente moçambicano admitiu recentemente “mais de 2.000” vítimas mortais.

LN // ANP

By Impala News / Lusa

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