Chega concorda com proposta europeia para compra conjunta de armamento

O presidente do Chega mostrou-se hoje favorável ao compromisso definido pela Comissão Europeia para a compra conjunta de equipamentos militares pelos Estados-membros, considerando que a Europa tem de “começar a investir em defesa”.

Chega concorda com proposta europeia para compra conjunta de armamento

“Concordamos. […] Eu já disse uma vez, com o risco que isto tem de não ser popular, os europeus têm de compreender de uma vez por todas que têm de começar a investir em defesa”, afirmou André Ventura.

“Eu estou completamente de acordo que os Estados-membros têm de começar a preparar a defesa europeia e, nos últimos 40 anos, 50, na verdade nos últimos 80 anos, nós não temos tido defesa europeia”, considerou.

A Comissão Europeia quer um compromisso por parte dos Estados-membros para a compra conjunta de pelo menos 40% dos equipamentos militares para a União Europeia (UE) até 2030, anunciou na terça-feira o executivo comunitário.

“Durante anos habituámo-nos a viver debaixo de um chapéu norte-americano na NATO, estamos a ver agora que nós só podemos confiar em nós. A guerra chegou às nossas portas na Ucrânia, não sabemos se não pode chegar noutras zonas da Europa, temos que investir em defesa”, defendeu.

André Ventura considerou que “Portugal, nos últimos anos, tem feito um enorme desinvestimento nas Forças Armadas” e salientou a necessidade de “ter Forças Armadas decentes”.

O líder do Chega defendeu que “a Defesa vai ser fundamental” e garantiu que, se o Chega for governo, “vai haver um investimento muito forte em Forças Armadas”.

Questionado também sobre as eleições norte-americanas e os efeitos para a Europa, o presidente do Chega disse que será uma decisão a tomar pelos americanos em novembro.

“O que eu preferia para a Europa não era nenhum dos dois [entre Joe Biden e Donald Trump], não me vou meter em eleições que não são minhas e eu não estou lá no país para as disputar”, respondeu.

A Comissão Europeia quer um compromisso por parte dos Estados-membros para a compra conjunta de pelo menos 40% dos equipamentos militares para a União Europeia (UE) até 2030, anunciou hoje o executivo comunitário.

De acordo com a proposta apresentada na terça-feira sobre a estratégia para a indústria da defesa na UE, o executivo de Ursula von der Leyen quer que os 27 países do bloco comunitário se comprometam com a aquisição conjunta de pelo menos 40% de todos os equipamentos militares para reforçar a defesa europeia nos próximos seis anos.

Em simultâneo, a Comissão Europeia quer que até 2030 o valor do comércio intraeuropeu em defesa seja de pelo menos 35% o mercado da defesa na UE.

Em conferência de imprensa de apresentação desta estratégia, a vice-presidente executiva da Comissão Margrethe Vestager recordou que “não muito longe daqui os ucranianos estão a lutar pela liberdade e pelos valores europeus”.

“Nos últimos dois anos enfrentámos uma situação de uma indústria de defesa incapaz de produzir com a celeridade necessária”, completou.

A Comissão Europeia apresentou uma estratégia industrial europeia de defesa, para criar uma “economia de guerra” na UE, com um programa para investimento no setor que deverá requerer 100 mil milhões de euros, segundo as contas do comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton.

Em causa está a proposta sobre a Estratégia Industrial de Defesa Europeia para responder às lacunas de investimento no setor com instrumentos europeus e contratos públicos conjuntos e, assim, reforçar a capacidade e apoiar a Ucrânia devido à invasão russa.

 

FM (AFE/IG/JGO) PC

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS