AICEP diz que há “imensas” oportunidades de exportação para o Japão
O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) afirma que há “imensas” oportunidades de exportação para o Japão, numa altura em que está numa missão económica de três dias no país.
Ricardo Arroja marcou presença na Expo 2025 Osaka, Japão, na segunda-feira, no Dia Nacional de Portugal na exposição e Dia Mundial da Língua Portuguesa.
“No que diz respeito às oportunidades de exportação para o Japão, há imensas, de acordo com os estudos que nós temos vindo a fazer na AICEP cerca de 20% das importações japonesas de bens estão em áreas onde Portugal tem vantagem comparada, estamos a falar de um universo de mais de 130 mil milhões de euros”, diz o gestor.
Portanto, “se nós conseguíssemos captar que fosse uma pequena fração desse total estaríamos a falar de um montante muito significativo na relação bilateral” entre os dois países, salienta o presidente da entidade responsável por captar investimento para Portugal.
Ricardo Arroja parte na quarta-feira para Tóquio, mas a missão económica no Japão já começou.
“A missão económica começa aqui em Osaka porque felizmente o Japão tem muitas cidades onde existem empresas com grande dimensão tecnológica e também dimensão internacional que nos interessa ter em Portugal e, portanto, a missão económica é uma ótima oportunidade para complementar todo o trabalho que está a ser desenvolvido na vertente cultural e que encontra respaldo neste magnífico pavilhão que temos aqui em Osaka”, prossegue, aludindo ao Pavilhão de Portugal na Expo2025.
Neste momento, o Japão já tem “investimento relevante” em Portugal, “temos multinacionais japonesas a operar em vários domínios de atividade, nomeadamente na parte de centros de serviços relacionados” com eletrónica, setor agrícola, na energia, aponta o presidente da AICEP, adiantando que o Japão é um mar de oportunidades.
“O objetivo neste momento” é divulgar Portugal em “áreas onde neste momento os japoneses têm grande interesse em investir”, ou seja, em energias renováveis – “neste momento há algum interesse pelos desenvolvimentos que temos em perspetiva em Portugal por exemplo no ‘offshore’ eólico, temos também investimentos na área dos biocombustíveis que poderão ser apelativos para os japoneses”, já que eles próprios também desenvolvem atividade nessa vertente.
Além disso, “temos as ciências da vida em que o Japão tem desafios de natureza demográfica muito relevantes no futuro”, alguns deles que partilham com Portugal.
Aliás, “a ciência portuguesa está cada vez mais a permitir (…), além dos produtos farmacêuticos, integrar Portugal também na biotecnologia, na medicina digital, nas análises clínicas, temos a economia azul, que é de resto o tema que de um modo económico enquadra a nossa participação aqui em Osaka, de forma que não faltam assuntos para falar com as multinacionais”, argumenta.
Ricardo Arroja adianta que, sabendo que os japoneses pensam numa perspetiva de longo prazo, não está à espera “de resultados imediatos”.
Contudo, “não tenhamos dúvidas: o Japão é um exportador de capital, é um país credor do mundo do ponto de vista financeiro e, obviamente, é um país com quem Portugal tem laços históricos muitíssimos relevantes e tudo isto somado faz com que o Japão tenha de ser um parceiro estratégico de Portugal no futuro”, argumenta.
O presidente da AICEP adianta que vai ter “várias reuniões de trabalho” no Japão, sem adiantar nomes, nem números de empresas ou instituições com quem vai se encontrar, mas deverá reunir-se com mais de uma dezena.
“Agora recentemente no apagão que houve em Portugal, a Tapada do Outeiro”, que é detida parcialmente por um investidor japonês “foi fundamental”, já que é uma das duas centrais que permitiu fazer o ‘black start’ (processo de restauração de uma central elétrica) e “esse é um exemplo concreto” de um investimento no mercado português, destacou.
Por exemplo, as empresas japonesas na área do agroalimentar, nomeadamente na pasta de tomate e preparados de tomate estão a fazer um trabalho “notável, não só com produção, mas também com atividades de investigação e desenvolvimento”, exemplifica.
Este é o “Portugal inovador que queremos projetar para o mundo para que facto” o país “seja uma economia que mescla o tradicional com o inovador e que nos possamos apresentar na primeira liga, na primeira divisão internacional no que diz respeito à economia, a juntar todo este nosso património cultural”, conclui o responsável.
A Expo 2025 Osaka arrancou em 13 de abril e termina a 13 de outubro.
*** Serviço áudio e vídeo disponível em www.lusa.pt ***
*** Alexandra Luís (texto) e Hugo Fragata (vídeo), da agência Lusa ***
ALU // EA
Lusa/Fim
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram